Powell ainda espera cortes nos juros pelo Fed, mas progresso da inflação "não está garantido"

Publicado em 06/03/2024 10:37

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que o progresso contínuo da inflação "não está garantido", embora o banco central ainda espere reduzir sua taxa de juros básica neste ano.

"Se a economia evoluir conforme o esperado, provavelmente será apropriado começar a reduzir a restrição da política monetária em algum momento deste ano", disse Powell em comentários preparados para serem entregues ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, no momento em que os parlamentares dos EUA se preparam para enfrentar eleitores preocupados com a inflação em um ano de eleições presidenciais acirradas.

"Mas as perspectivas econômicas são incertas, e o progresso contínuo em direção à nossa meta de inflação de 2% não está garantido", disse Powell, observando tanto o risco de cortar os juros muito cedo e permitir que a inflação reacelere quanto o risco de manter a política monetária muito apertada por muito tempo e prejudicar uma expansão econômica em andamento que tem sustentado uma taxa de desemprego abaixo de 4% por dois anos.

Powell observou que a inflação "diminuiu substancialmente" desde que atingiu o maior nível em 40 anos em 2022, mas que as autoridades ainda precisam de "maior confiança" em seu declínio contínuo antes de reduzir os juros.

Dados recentes pouco fizeram para esclarecer a direção da economia e da inflação, com alguns analistas projetando que as pressões dos preços diminuirão constantemente, outros prevendo que a inflação persistirá, e investidores esperando que os cortes nos juros comecem em junho - uma decisão importante que moldará o cenário econômico durante uma revanche eleitoral entre o presidente em exercício, o democrata Joe Biden, e o ex-presidente republicano Donald Trump.

O depoimento de Powell ocorre em um momento em que a inflação está agora, segundo algumas medidas, a uma pequena distância da meta de 2% do Fed, mas também porque a economia continua inesperadamente forte.

Mesmo que o Fed tenha mantido sua taxa de juros desde julho em 5,25%-5,5%, a mais alta em mais de 20 anos, as condições financeiras gerais têm se flexibilizado e os preços dos ativos têm subido com base nas expectativas de cortes nos juros pelo Fed, uma dinâmica que pode tornar a inflação mais difícil de ser controlada e reforçar os argumentos para que os cortes sejam adiados mais do que o previsto.

Fonte: Reuters

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