Exportações da China aumentam mas deflação persiste, e economia entra em 2024 em situação instável

Publicado em 12/01/2024 07:31 e atualizado em 12/01/2024 08:34

Por Joe Cash e Ellen Zhang e Liangping Gao

PEQUIM (Reuters) - As exportações da China cresceram em um ritmo mais rápido em dezembro, ao passo que as pressões deflacionárias persistiram no mês passado, mantendo vivas as expectativas de mais medidas de afrouxamento monetário para sustentar uma economia que carrega marcas significativas de fraqueza para 2024.

As autoridades de política monetária chinesas poderiam respirar aliviados com os sinais de que o comércio global está lentamente melhorando, com a perspectiva de custos de empréstimos mais baixos no horizonte. Mas uma crise imobiliária prolongada, consumidores cautelosos e desafios geopolíticos apontam para outro ano turbulento para a segunda maior economia do mundo.

As exportações cresceram em dezembro 2,3% em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta sexta-feira, em comparação com um aumento de 0,5% em novembro e superando a alta de 1,7% esperada em uma pesquisa da Reuters.

As importações tiveram alta de 0,2% em relação ao ano anterior, abaixo da previsão de um aumento de 0,3%, mas ainda revertendo a queda de 0,6% no mês anterior.

"Os dados melhores de exportação são impulsionados principalmente por semicondutores e eletrônicos, e a recuperação desse lado vem de uma retomada cíclica da demanda do consumidor no exterior", disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.

No ano passado, as exportações da China caíram pela primeira vez desde 2016.

Mas os preços ao consumidor na China caíram pelo terceiro mês em dezembro, enquanto os preços de fábrica ampliaram o declínio de mais de um ano, mostraram dados separados da Agência Nacional de Estatísticas, destacando a persistência de forças deflacionárias na economia do gigante asiático.

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,2% em 2023, o ritmo mais lento desde 2009, e o índice de preços ao produtor do ano inteiro caiu 3,0%, marcando a queda mais acentuada desde 2015.

"A pressão deflacionária na economia chinesa continua, pois a demanda interna ainda é fraca. O setor imobiliário continua a pesar sobre a economia", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

Analistas esperam mais medidas de apoio no curto prazo para estimular a demanda.

"É provável que o consumo aumente no Ano Novo Lunar, mas é necessário mais estímulo para impulsionar os gastos das famílias e eliminar a pressão deflacionária", disseram analistas do UBS em nota.

Fonte: Reuters

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