Ibovespa mostra indefinição com inflação no radar antes de decisões de BCs

Publicado em 12/12/2023 11:17

 

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa não mostrava uma tendência definida nesta terça-feira, orbitando os 127 mil pontos, com as atenções de agentes financeiros voltadas para dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil, um dia antes da decisão de política monetária dos bancos centrais de ambos os países.

Às 11:05, o Ibovespa caía 0,16%, a 126.711,53 pontos, tendo cedido a 126.665,5 pontos na mínima e avançado a 127.359,19 pontos na máxima até o momento.

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulgou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,1% no mês passado, depois de ficar inalterado em outubro. Em 12 meses, avançou 3,1%, depois de alta de 3,2% em outubro. Projeções apontavam estabilidade no mês e aumento de 3,1% na base anual.

Em Wall Street, os futuros acionários não mostram uma direção única, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,2236%, de 4,239% no fechamento da véspera.

No Brasil, o IPCA mostrou alta de 0,28% em novembro, acumulando em 12 meses elevação de 4,68%. Analistas estimavam aumento de 0,30% no mês e de 4,70% em 12 meses. Na quarta-feira, o BC brasileiro também anuncia decisão sobre os juros no país, com o mercado aguardando novo corte de 0,5 p.p. na Selic.

"A leitura do IPCA de novembro continuou mostrando que a desaceleração da inflação continua em curso e não há nada a se preocupar", afirmou a estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, em comentário a clientes.

"O número de hoje não traz novidades em relação à parte qualitativa da inflação, ou seja, a desinflação dos núcleos e serviços permanece em linha com o esperado, e segue como notícia positiva dado o momento do mercado de trabalho e o forte desempenho da atividade econômica", acrescentou.

DESTAQUES

- HAPVIDA ON mostrava declínio de 2,84%, a 4,11 reais, após a companhia anunciar que diretor financeiro e de relações com investidores, Mauricio Fernandes Teixeira, renunciou ao cargo, que será ocupado de forma interina pelo atual diretor de mercado de capitais, Luccas Augusto Adib. Teixeira foi eleito membro do conselho de administração da empresa. Na mínima, mais cedo, o papel chegou a 4,03 reais.

- BANCO DO BRASIL ON cedia 2,27%, a 52,92 reais, com analistas do Bradesco BBI cortando a recomendação dos papéis para "outperform" ante "neutra", com preço-alvo de 59 reais. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,75%, a 31,56 reais, enquanto BRADESCO PN subia 0,49%, a 16,41 reais. Na véspera, o Bradesco anunciou 2 bilhões de reais em JCP intercalares e mais 5 bilhões de reais em JCP complementares.

- GPA ON tinha elevação 2,97%, a 4,16 reais, após forte ajuste de baixa na véspera (-6,7%), com investidores ainda digerindo os planos de uma oferta de ações divulgados no domingo pela companhia, bem como a proposta de troca do conselho de administração. O varejista também anunciou na noite de segunda-feira revisão em um plano de abertura de lojas divulgado em setembro, adiando de 2024 para 2026 a meta de abertura de novos pontos de venda. As notícias vieram poucos dias após evento da empresa com analistas e investidores na semana passada.

- ASSAÍ ON avançava 2,18%, a 12,17 reais, e CARREFOUR BRASIL ON valorizava-se 0,99%, a 11,20 reais, com os dados do IPCA mostrando aumento nos preços dos alimentos em novembro, com esse grupo acelerando a alta para 0,63% no mês passado, de 0,31% em outubro.

- VALE ON subia 0,56%, a 73,27 reais, uma vez que os futuros de minério de ferro se recuperaram nesta terça-feira, em meio ao ressurgimento das esperanças de mais estímulos para a economia da China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou o dia com alta de 1,52%. A mineradora também inaugura nesta terça-feira a primeira planta de briquete de minério de ferro do mundo em Vitória (ES), um marco rumo à diversificação de portfólio.

- ELETROBRAS ON cedia 0,24%, a 40,76 reais, tendo no radar acordo com a Petrobras envolvendo pagamento de 1,156 bilhão de reais para a petrolífera para encerrar todas as discussões no processo judicial entre as empresas sobre o empréstimo compulsório. O acordo, que põe fim a uma disputa iniciada em 2010, faz parte do plano da elétrica de reduzir as provisões bilionárias com o empréstimo compulsório, seu principal passivo contencioso, que soma 19 bilhões de reais.

- PETROBRAS PN recuava 0,49%, a 34,19 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent negociado em baixa de 1,16%. Também de pano de fundo está o acordo em que a Eletrobras pagará 1,156 bilhão de reais à empresa para encerrar discussões sobre empréstimo compulsório.

- USIMINAS PNA mostrava declínio de 0,35%, a 8,47 reais, tendo também como pano de fundo a decisão da companhia de desligar temporariamente o alto-forno 1 de Ipatinga (MG), em meio aos custos gerados pela retomada da operação do maior alto-forno da usina, o de número 3, e forte concorrência de importações de aço no mercado interno. Na abertura, Usiminas chegou a subir a 8,65 reais, máxima intradia desde agosto de 2022, endossada por relatório do Itaú BBA elevando a recomendação das ações para "market perform", bem como o preço-alvo para 9,5 reais para o final de 2014, de 7 reais anteriormente.

- CCR ON subia 0,43%, a 14,12 reais, tendo no radar que a BH Airport, sua controlada indireta concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, em Confins, receberá do governo federal 28 milhões de reais em razão dos prejuízos causados pela pandemia de Covid-19 este ano. A companhia também divulgou dados operacionais de novembro.

Fonte: Reuters

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