Minério de ferro cai com dados decepcionantes da China e piora na demanda
PEQUIM (Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta segunda-feira devido ao sentimento pessimista dos investidores em função de dados decepcionantes da China, maior mercado consumidor do minério, bem como da queda na demanda pelo principal ingrediente da fabricação de aço.
O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou o dia em baixa de 0,37%, a 955 iuanes (133,00 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência de janeiro na Bolsa de Cingapura caiu 0,64%, para 134,65 dólares a tonelada.
Os preços ao consumidor da China em novembro recuaram no ritmo mais rápido em três anos, enquanto a deflação das fábricas se aprofundou, de acordo com dados do National Bureau of Statistics (NBS). Isso indica o aumento da pressão deflacionária à medida que a fraca demanda doméstica lança dúvidas sobre a recuperação econômica do país.
Isso ocorre depois que Pequim disse que estimularia a demanda doméstica para encorajar a recuperação econômica em 2024, segundo o Politburo, um dos principais órgãos de tomada de decisão do Partido Comunista, conforme citado pela mídia estatal em 8 de dezembro.
A agência de classificação de risco Moody's emitiu um alerta de rebaixamento do rating de crédito da China em 6 de dezembro, devido à perspectiva de crescimento da segunda maior economia do mundo.
A diminuição da demanda também está pressionando os preços do minério, disseram os analistas.
"A demanda doméstica de minério obviamente enfraqueceu com a queda da produção de metal quente por seis semanas consecutivas; um número crescente de siderúrgicas em muitas regiões do país implementou manutenção anual dos fornos, reduzindo a demanda por minério", disseram analistas da Sinosteel Futures em uma nota.
"Além disso, as usinas siderúrgicas estão cautelosas quanto a um reabastecimento em meio aos altos preços do minério, e esperamos que os estoques de minério no porto continuem a se acumular nas próximas semanas", disseram eles.
(Reportagem de Amy Lv e Dominique Patton em Pequim)