China se preocupa com divisão da oposição em Taiwan para eleições de janeiro

Publicado em 27/11/2023 10:45

PEQUIM/TAIPÉ (Reuters) - Pequim está temendo que uma divisão na oposição de Taiwan possa abrir caminho para que o partido governista da ilha - que o governo chinês despreza - permaneça no poder, com a China assumindo o centro das atenções na campanha eleitoral no fim de semana.

A China, que reivindica Taiwan como seu próprio território, tem grande influência sobre as eleições presidenciais e parlamentares de 13 de janeiro, à medida que tem aumentado a pressão militar contra a ilha.

Na semana passada, as negociações para uma chapa presidencial unida entre os dois principais partidos de oposição, que buscam laços mais estreitos com a China, implodiram, dando um impulso ao Partido Democrático Progressista (DPP), que lidera as pesquisas de opinião.

Até o momento, a resposta oficial da China foi uma breve declaração de seu Escritório de Assuntos de Taiwan na sexta-feira, dizendo que espera que o resultado da eleição ajude a manter a paz e a estabilidade, e reiterando que Taiwan enfrenta "uma escolha entre guerra e paz".

Mas nas mídias sociais chinesas, o drama tem sido acompanhado por um sentimento de desespero com a desunião da oposição.

Zhang Xuesong, diretor de pesquisa estratégica do instituto chinês CICG Ásia-Pacifico, escreveu em sua conta na mídia social Weibo que a desintegração das negociações foi uma "derrota para a paz no Estreito de Taiwan".

"Esse foi um dia extremamente frustrante", acrescentou. "É claro que a única coisa que nos dá confiança é que Taiwan está um passo mais perto de finalmente ser reunificada."

Outras contas chinesas do Weibo que acompanham Taiwan ficaram igualmente desanimadas.

A estatal Shenzhen Television escreveu que o fracasso nas negociações sinalizava "uma batalha caótica" que estava por vir nas eleições.

Um usuário chinês do Weibo escreveu simplesmente: "Vi a notícia de que as negociações foram interrompidas e agora perdi a esperança".

O DPP tem desafiado a pressão chinesa. Pequim considera o candidato presidencial do DPP, Lai Ching-te, um separatista e rejeitou as repetidas ofertas de conversações tanto dele quanto da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Em discurso em um comício de campanha na noite de domingo na cidade irmã de Taipé, Nova Taipé, Lai disse que se Taiwan aceitar que faz parte da China - o ponto principal de Pequim para as conversações - perderá a soberania.

"Sem soberania, vocês não terão propriedade sobre suas terras, suas casas", disse Lai.

(Reportagem da Redação de Pequim e Ben Blanchard)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dow Jones atinge recorde de fechamento após dados econômicos favoráveis dos EUA
Dólar à vista fecha em alta pela 5ª sessão apesar de intervenções do BC
Ibovespa tem melhor mês do ano com expectativa sobre juros nos EUA
Taxas longas de juros futuros disparam com temor fiscal após alta da dívida bruta no Brasil
S&P fecha em alta após dados econômicos favoráveis dos EUA
Desemprego baixo não provoca "inflação grande" em serviços, mas preocupa, diz Campos Neto