Jordan suspende candidatura à presidente da Câmara dos EUA e apoia McHenry, diz deputado

Publicado em 19/10/2023 13:44

Por David Morgan e Moira Warburton e Makini Brice

WASHINGTON (Reuters) - O conservador radical Jim Jordan disse a seus colegas republicanos que suspenderá sua candidatura para presidente da Câmara dos Deputado dos Estados Unidos e apoiará o republicano Patrick McHenry para ocupar o cargo interinamente, disseram parlamentares nesta quinta-feira.

A Câmara está sem líder há mais de duas semanas, e Jordan não conseguiu, por duas vezes, garantir os 217 votos necessários para assumir o cargo de presidente da Casa, pois enfrentou a oposição dos democratas e de mais de 20 de seus colegas republicanos.

Republicanos radicais expressaram indignação com o acordo. Esse grupo exerceu enorme influência na Câmara ao longo deste ano, levando Washington à beira da inadimplência e à beira de uma paralisação do governo federal, numa campanha de cortes orçamentários que teve sucesso limitado até agora.

Perguntado sobre o que esperava ao entrar em uma reunião a portas fechadas com outros republicanos, Jordan disse apenas: "Não saberei até conversar com meus colegas".

Nessa reunião, Jordan disse que não buscará uma terceira votação para conquistar o cargo e, em vez disso, apoiará um plano para manter McHenry como presidente até janeiro, de acordo com vários parlamentares.

McHenry, que está atuando como presidente interino desde a destituição de Kevin McCarthy em 3 de outubro, disse apenas "não tenho comentários. Estamos tendo uma conversa ativa e vigorosa".

Essa alternativa, que os democratas também disseram que poderiam apoiar, permitiria que os parlamentares voltassem ao trabalho. Espera-se que o presidente Joe Biden peça ao Congresso nesta semana para aprovar até 60 bilhões de dólares para a Ucrânia e 10 bilhões de dólares para Israel, enquanto o financiamento do governo federal expira em menos de um mês.

“Não acredito que estamos seguindo esse caminho”, disse o deputado republicano Jim Banks.

POSSÍVEL VOTAÇÃO À TARDE

A Câmara poderia votar essa proposta à tarde, disse a deputada republicana Marjorie Taylor Greene, que disse não apoiá-la.

“Nossos eleitores republicanos trabalharam muito para nos dar a maioria. E esta bancada está rachada porque republicanos trabalharam com os democratas e nos colocaram aqui”, disse ela.

Não estava claro se a Jordan, que é apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, abandonaria totalmente a sua candidatura à liderança ou continuaria a tentar reunir apoio entre os republicanos.

A prolongada batalha pela liderança expôs as divisões internas entre os republicanos, que controlam a Câmara por uma margem estreita de 221 cadeiras a 212 dos democratas. Os investidores dizem que a turbulência no Capitólio também está contribuindo para a volatilidade do mercado.

“Neste momento, a agenda republicana, a agenda conservadora, está totalmente descarrilada”, disse o deputado republicano Mario Diaz-Balart, um opositor de Jordan.

Jordan seria o terceiro candidato a presidente da Câmara vítima das brigas internas dos republicanos. Kevin McCarthy foi destituído do cargo por um pequeno grupo de insurgentes do partido. Steve Scalise, o líder da maioria na Câmara, ganhou a nomeação de seu partido na semana passada, mas desistiu depois de não conseguir consolidar o apoio.

Jordan obteve 200 votos em sua primeira tentativa na terça-feira e 199 votos na quarta-feira. Os republicanos que votaram contra ele citaram diferenças em relação a impostos e gastos e o acusaram de prejudicar a candidatura de Scalise na semana passada. Outros se opuseram a telefonemas de assédio e até ameaças de morte de seus apoiadores.

Fonte: Reuters

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