Ibovespa recua com receios sobre guerra no Oriente Médio; Petrobras é contrapeso

Publicado em 18/10/2023 12:24

 

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mantinha o viés negativo nesta quarta-feira, acompanhando o comportamento de praças acionárias no exterior, em meio a preocupações com o risco de uma ampliação da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas.

A pressão negativa sobre o Ibovespa, contudo, era atenuada pelo avanço das ações da Petrobras, beneficiadas pela alta dos preços do petróleo no exterior.

Às 10:24, o Ibovespa caía 0,5%, a 115.332,18 pontos. O volume financeiro somava 1,45 bilhão de reais, em pregão marcado pelo vencimento de opções sobre o índice e do Ibovespa futuro. Na véspera, o Ibovespa perdeu 0,54%.

De acordo com economistas do Bradesco, a cautela predomina, uma vez que as incertezas em relação ao conflito entre Israel e Hamas permanecem e o risco de escalada se intensificou, conforme relatório enviado a clientes antes da abertura do mercado.

A equipe do banco também destacou que dados de vendas de varejo divulgados na véspera nos Estados Unidos trouxeram novamente a discussão sobre a possibilidade de altas adicionais nos juros na maior economia do mundo.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedia %, com agentes financeiros também repercutindo a temporada de balanços do terceiro trimestre.

DESTAQUES

- VALE ON caía 1,06%, a 67,13 reais, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China. A companhia também divulgou na véspera queda na produção de minério de ferro no terceiro trimestre, mas alta nas vendas.

- PETROBRAS PN avançava 1,17%, a 38,11 reais, apoiada em nova alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent valorizando-se 1,01% refletindo receios com a oferta da commodity em meio à tensão no Oriente Médio. Todas as petrolíferas do Ibovespa avançavam nesta sessão.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,73%, a 27,12 reais, e BRADESCO PN perdia 0,41%, a 14,43 reais, com agentes financeiros acompanhando potenciais medidas do governo com reflexos no setor.

- GPA ON recuava 3,79%, a 3,55 reais, após a ação disparar na véspera quando a companhia anunciou que seu conselho de administração aprovou acordo para a venda da participação restante no Éxito para o Grupo Calleja, de El Salvador, em operação que pode render 790 milhões de reais ao GPA.

- GOL PN caía 3,21%, a 7,55 reais, também corrigindo o desempenho mais robusto na véspera, em meio ao avanço do petróleo no exterior nesta sessão, com a rival AZUL PN perdendo 1,78%, a 13,27 reais.

- CASAS BAHIA ON caía 1,82%, a 0,54 real, mesmo após o IBGE divulgar que as vendas no varejo no Brasil recuaram menos do que o esperado em agosto, com o setor de consumo como um todo sofrendo com nova alta nos juros futuros. O índice de consumo na B3 registrava declínio de -1,08%.

- MRV&CO ON cedia 3,36%, a 8,92 real, também pressionada pelo avanço nas taxas dos contratos de DI, no primeiro pregão após reportar prévia operacional do terceiro trimestre com salto nas vendas no segmento de incorporação na comparação ano a ano.

Fonte: Reuters

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