Vibra eleva importações de diesel e não vê risco de desabastecimento, diz CEO
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vibra Energia elevou importações de diesel ante os volumes praticados em meados do ano e não vê riscos de desabastecimento no país, apesar da volatilidade dos preços no exterior, afirmou nesta quarta-feira a jornalistas o CEO da companhia, Ernesto Pousada.
O executivo pontuou ainda que a empresa opera atualmente com estoques em níveis normais.
"Independentemente de preços, eu não vejo de maneira nenhuma desabastecimento de diesel", disse Pousada, a jornalistas, na abertura do evento Vibra Oper Air, no Rio de Janeiro.
Os preços globais do petróleo estão bastante voláteis e chegaram a se aproximar dos 100 dólares por barril na semana passada, em meio a incertezas sobre a atividade econômica e relacionadas à oferta e à demanda, além de algum impacto da decisão da Rússia de restringir exportações de derivados.
"Aumentamos nossa importação recentemente em relação ao que a gente vinha fazendo no meio do ano, então independentemente... de preço a Vibra está importando para assegurar o abastecimento dos contratos que nós temos", afirmou o executivo, sem dar detalhes sobre volumes.
Pousada disse que não chegou a realizar importações de diesel da Rússia, país que se tornou neste ano o principal fornecedor do combustível fóssil ao Brasil, enviando o produto por preços menores do que outros exportadores mais tradicionais enquanto lida com sanções ocidentais.
A negativa ocorreu apesar da Vibra ter divulgado em agosto que poderia passar a importar o diesel de origem russa, após impactos em seu balanço financeiro. Na ocasião, Pousada afirmou que a empresa entendera que as importações daquele país haviam se tornado estruturais.
"Continuamos achando que tomamos a decisão correta em termos de ESG", afirmou Pousada nesta quarta-feira.
O executivo também negou que haja conversas atualmente com a Petrobras sobre uma possível revisão do contrato de uso da marca BR nos postos de combustíveis da Vibra. Pousada reiterou que a empresa tem o direito de usar a marca da Petrobras até 2029, mesmo após ter sido totalmente privatizada no governo anterior de Jair Bolsonaro.
Na véspera, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a petroleira está revendo o contrato fechado com a Vibra e que poderá anunciar decisões sobre o tema no próximo ano. A medida faz parte de análises em curso pela petrolífera para encontrar meios de voltar a atuar com negócios relacionados aos clientes finais de energia, segundo Prates.
(Por Marta Nogueira)