Mercosul já enviou à UE posição sobre carta adicional do bloco europeu, diz Vieira

Publicado em 06/09/2023 09:44 e atualizado em 06/09/2023 10:47

 

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira que o Mercosul já enviou à União Europeia sua posição sobre a carta adicional encaminhada pelo bloco europeu em março, antes da reunião entre os negociadores do acordo comercial em 15 de setembro, em Brasília.

"Já enviamos à União Europeia as posições dos quatro países sobre o documento adicional que foi enviado no último mês de março, em que havia uma série de condicionantes na área ambiental", disse Vieira em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da EBC.

O ministro afirmou que não há "garantia" de que os países europeus aceitarão a posição do Mercosul sobre o documento, mas que haverá negociações, destacando que o governo está confiante com a possibilidade da finalização do acordo.

"Não posso dar nenhuma garantia de que a União Europeia vá aceitar, nós vamos negociar esse texto... Nós estamos confiantes na negociação", disse.

Vieira enfatizou que o acordo é "estratégico" para ambas as partes e relatou que uma reunião virtual prévia entre os negociadores foi realizada na terça-feira, antes do encontro presencial marcado para a próxima semana, em Brasília.

A UE e o Mercosul concluíram as negociações do acordo comercial entre os blocos em 2019, mas o processo foi suspenso devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia e o compromisso do Brasil com as ações de combate às mudanças climáticas durante o governo de Jair Bolsonaro.

Em março, a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, propôs em uma carta adicional a inclusão de um anexo ao acordo para mostrar os compromissos com o desmatamento e outras áreas de sustentabilidade.

No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados e autoridades europeias que o documento é "inaceitável" e que o Mercosul não aceitará "ameaças". Ele segue reiterando sua determinação em fechar o acordo até o fim deste ano.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

Fonte: Reuters

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