Operadores apostam que os aumentos de juros pelo Fed acabaram, e que cortes começam em 2024

Publicado em 10/08/2023 10:48

 

Por Ann Saphir

(Reuters) - As autoridades do Federal Reserve não devem elevar a taxa de juros novamente em 2023 e provavelmente começarão a cortá-la no início do ano que vem, apostavam operadores nesta quinta-feira, depois que um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou que os preços ao consumidor subiram apenas moderadamente no mês passado.

Operadores de juros futuros agora veem menos de 10% de chance de que o banco central dos EUA aumente sua taxa básica de juros da faixa atual de 5,25% a 5,50% na reunião de política monetária de 19 a 20 de setembro.

Eles viam cerca de 14% de chance de um aumento no próximo mês antes que o relatório do Departamento do Trabalho mostrasse que o índice de preços ao consumidor de julho subiu 3,2% em julho na comparação anual, após um aumento de 3% em junho em relação ao ano anterior.

Os operadores estão precificando cerca de 28% de chance de um aumento de juros até novembro, abaixo dos mais de 30% antes da divulgação do relatório sobre preços, com taxas mais altas até dezembro vistas como ainda menos prováveis. O primeiro corte de juros pelo Fed é precificado nos contratos futuros até março de 2024.

O Fed elevou sua taxa básica de juros em um total de 5,25 pontos percentuais desde março de 2022 para reduzir a inflação à meta de 2%. Analistas disseram que a ligeira aceleração de julho na inflação de preços ao consumidor em relação ao ano anterior - a primeira em 13 meses - deveu-se a efeitos de base depois do pico de 40 anos de 9% no ano passado, e não uma indicação de piora nas tendências subjacentes.

"Assumindo que o dado de agosto fique em algum lugar nesta vizinhança... acho que isso encerra em grande parte o ciclo de alta de juros", disse Guy Lebas, estrategista-chefe de renda fixa da Janney Montgomery Scott.

"Sempre há uma chance de reaceleração dos dados de inflação depois de outubro, mas não acho que isso vá estimular um movimento do Fed."

(Reportagem de Ann Saphir, Karen Brettell e Lucia Mutikani)

Fonte: Reuters

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