Reuters: Bolsonaro dará tom de posição do PL sobre reforma tributária e Tarcísio pode influenciar, diz líder

Publicado em 06/07/2023 09:32 e atualizado em 06/07/2023 10:29

 

(Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro "dará o tom" da posição que a bancada de seu partido, o PL, adotará na Câmara dos Deputados em relação à proposta de emenda à Constituição da reforma tributária, que deve ser votada em primeiro turno na noite desta quinta-feira, disse o líder da legenda, Altineu Cortês (RJ).

Em entrevista à GloboNews antes de participar de uma reunião com a bancada, que terá as presenças de Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Cortês afirmou ainda que a posição do governador paulista a favor da reforma poderá influenciar a decisão da sigla.

"A posição do presidente Bolsonaro vai dar o nosso tom. O presidente Bolsonaro, com toda sua experiência, vai dar o tom da indicação da orientação do PL aqui, hoje na Câmara daqui a pouco. Estou indo para a reunião e, inclusive, espero encontrar também o governador Tarcísio agora lá no nosso partido", disse o líder.

Bolsonaro, presidente de honra do PL, tem se posicionado publicamente nas redes sociais firmemente contra a reforma tributária e chegou a falar em uma postagem nas redes sociais que a legenda -- que detém a maior bancada na Câmara dos Deputados, 99 parlamentares -- vai se posicionar totalmente contra a proposta.

No entanto, Tarcísio, que é afilhado político de Bolsonaro, de quem foi ministro, e elegeu-se governador com amplo apoio do ex-presidente, tem se posicionado a favor da reforma depois de ter negociado alguns pontos da matéria, como o que envolve a formatação de um Conselho Federativo responsável por centralizar a arrecadação e distribuição de recursos.

Ele tem buscado o apoio do PL à reforma, contrariando Bolsonaro, e reuniu-se na quarta com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e com parlamentares do partido. O Republicanos, legenda de Tarcísio, fechou questão a favor da reforma.

Indagado se Tarcísio poderia influenciar a posição do PL, Cortês respondeu: "Pode, claro que pode".

"A posição do governador Tarcísio é óbvio que pode alterar a ideia de um deputado, mas o nosso partido é um conjunto. Então o presidente Bolsonaro nesta reunião pela manhã vai saber conduzir, vai ouvir o governador Tarcísio e a gente vai decidir qual será a orientação do PL", afirmou o líder.

Segundo Cortês, nenhum deputado tem ainda conhecimento integral do texto do relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), já que ele vem sendo alvo de alterações em meio a negociações com governadores, prefeitos e representantes da iniciativa privada.

Ao mesmo tempo, sinalizou que eventuais mudanças no texto atual, apresentado na noite de quarta, podem mudar a posição atual do PL. Atualmente, de acordo com o líder, a maioria dos deputados da sigla é contra a reforma, mas há alguns favoráveis.

"Muitas modificações estão sendo feitas, a pedido do governador Tarcísio, a pedido do governador (do Rio de Janeiro) Cláudio Castro (PL). O posicionamento do presidente Bolsonaro é contra este texto, se houver todas as modificações, pode ser que isso faça alguma diferença", disse Cortês à emissora.

"Estamos indo para uma reunião no PL e o PL vai decidir qual será o seu posicionamento aqui, após termos todo o conhecimento sobre o texto."

Por se tratar de uma PEC, a reforma tributária precisa dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação para então ir ao Senado, onde necessitará do aval de 49 dos 81 senadores também em dois turnos para ser promulgada.

(Reportagem de Eduardo Simões)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar oscila em margens estreitas e fecha perto da estabilidade no Brasil
Trump vai propor dedução dos juros sobre financiamento de veículos
Presidente do Fed de Atlanta se diz "confortável" em manter juros inalterados em novembro
Ações recuam na Europa após dados de inflação dos EUA e com orçamento francês em foco
Fed deve cortar juros gradualmente para 3,5% até meados de 2025, segundo operadores
Wall Street cai após dados sobre inflação e pedidos de auxílio-desemprego