Ibovespa recua em dia morno sem NY; MRV&Co e GPA avançam

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, em meio a movimentos de realização de lucros e sem a referência de Wall Street por feriado nos Estados Unidos, enquanto MRV&Co avançou quase 7% após dados operacionais do segundo trimestre e anúncio de que estuda uma potencial oferta de ações.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,5%, a 119.076,37 pontos. No pior momento, chegou a 118.830,47 pontos.

O volume financeiro somou 12,7 bilhões de reais, bem abaixo da média diária do ano de 26 bilhões de reais. No mês passado, o giro médio diário foi de quase 29,6 bilhões de reais. As bolsas norte-americanas estiveram fechadas nesta sessão por causa do feriado pelo Dia da Independência nos Estados Unidos.

De acordo com o especialista da Blue3 Investimentos Victor Hugo Israel, foi um pregão bastante morno, com a liquidez drenada pelo feriado nos EUA. Ele classificou a queda do Ibovespa como movimento técnico, chamando a atenção para visão de analistas de que a tendência positiva na bolsa deve seguir.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de mais de 1%, a 119.672,78 pontos, chegando a 119.877,04 pontos na máxima da segunda-feira.

DESTAQUES

- MRV&CO ON avançou 6,96%, a 11,99 reais, após dados mostrando que a divisão de incorporação teve o melhor trimestre de vendas líquidas da história, totalizando um valor geral de vendas (VGV) de 2,2 bilhões de reais no período de abril a junho, com aumento do tíquete médio. Além disso, a companhia anunciou que avalia a possibilidade de uma oferta de ações e que já contratou bancos para analisar a viabilidade do potencial follow-on. No setor imobiliário, CYRELA ON cedeu -1,05%.

- GPA ON subiu 9,94%, a 20,35 reais, após atualizar a expectativa para a conclusão da segregação do Éxito para a metade do terceiro trimestre deste ano. A varejista disse que emitiu na segunda-feira o pedido público para registro do Éxito perante à SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA. Notícias de que o magnata colombiano Jaime Gilinski, que fez recentemente uma oferta -- recusada -- pela participação do GPA no Éxito, está no Brasil também repercutiram.

- BRASKEM PNA fechou em alta de 5,35%, a 28,94 reais, em meio a noticiário envolvendo negociação sobre o controle da petroquímica. A Novonor convidou a Unipar -- que fez proposta pelo controle da Braskem -- para começar due diligence, visando a apresentação de uma oferta final vinculativa. A Unipar disse que recebeu da Novonor sinalização de que a estrutura da operação pretendida atende aos seus interesses. O movimento não representa concessão de exclusividade nas negociações.

- REDE D'OR ON caiu 3,67%, a 32,25 reais, após alta de 4,6% no acumulado dos últimos três pregões. Na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou o entendimento de que é necessária uma negociação prévia entre os envolvidos para a fixação do piso nacional da enfermagem aos trabalhadores do setor privado. Se não houver acordo em um prazo de 60 dias, valerão as regras previstas na lei do ano passado que instituiu o piso. No setor, HAPVIDA ON recuou 2,26%.

- BRADESCO PN fechou em baixa de 0,62%, a 16,54 reais, também sofrendo com algum movimento de realização de lucros, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,62%, a 28,78 reais. Ainda entre os grandes bancos do Ibovespa, SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com declínio de 2,04% e BANCO DO BRASIL ON terminou o dia com decréscimo de 0,64%.

- VALE ON caiu 0,5%, a 65,9 reais. O contrato futuro do minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, terminou o pregão diurno pouco alterado, em 821 iuanes (113,86 dólares) a tonelada. O contrato de referência na Bolsa de Cingapura subiu 0,5%.

- PETROBRAS PN subiu 0,23%, a 30,15 reais, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior. No noticiário, a ANP afirmou que a produção de petróleo do Brasil somou média de 3,2 milhões de barris de petróleo por dia em maio, alta de 1,9% ante o mês anterior e aumento de 11,2% ano a ano.

- MAGAZINE LUIZA ON cedeu 2,03%, a 3,37 reais, após subir 2% na véspera, retomando o viés de baixa que marcou a maior parte do mês passado, quando acumulou perda de mais de 11%, enquanto o Ibovespa subiu 9%. As negociações tiveram como pano de fundo a alta das taxas futuras de juros com vencimentos mais longos. No setor, VIA ON fechou em baixa de 0,46%, enquanto o índice do setor de consumo, que inclui também papéis de educação, frigoríficos e construtoras, caiu 0,75%.

- USIMINAS PNA avançou 0,97%, a 7,32 reais, em meio a dados mostrando crescimento nas vendas de veículos no país em junho e notícia de que o atual presidente da Ternium Brasil, o argentino Marcelo Chara, será o novo presidente da siderúrgica. De acordo com o Valor Econômico, citando fontes, o executivo assumirá o lugar de Alberto Ono, indicado ao cargo pela Nippon Steel há cerca de dois anos. No setor, CSN ON subiu 0,08% e GERDAU PN caiu 0,19%.