Ibovespa ensaia melhora após ajustes em dia com agenda cheia no país; GPA dispara

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) -A bolsa paulista ensaiava uma recuperação nesta quinta-feira, após ajustes nos últimos pregões, com a penúltima sessão do semestre marcada por uma bateria de divulgações econômicas no país, incluindo o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

GPA disparava mais de 14%, capitaneando com folga as altas, após receber uma oferta para aquisição de sua participação no colombiano Éxito.

Às 11:23, o Ibovespa subia 0,74 %, a 117.548,66 pontos, após fechar em queda em quatro dos últimos cinco pregões, acumulando no período uma perda de 3,1%. O volume financeiro nesta quinta-feira somava 4,4 bilhões de reais.

Em meio a uma agenda robusta de indicadores e eventos no cenário doméstico nesta sessão, um dos focos principais estava na reunião do CMN, particularmente uma aguardada decisão envolvendo as metas de inflação.

Na noite da véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews que o centro da meta de inflação para 2024 será mantido em 3%, mas sinalizou a intenção de alterar, na reunião desta quinta-feira do CMN, o horizonte para se atingir o objetivo.

"A decisão ganha relevância em um ambiente de debate sobre as expectativas de inflação de longo prazo e suas consequências para a política monetária", afirmaram economistas do Bradesco em relatório a clientes. Há expectativa de que o CMN estipule a meta para 2026 e reafirme as de 2024 e 2025.

DESTAQUES

- GPA ON saltava 14,36%, a 18,48 reais, após divulgar na noite da véspera que o magnata colombiano Jaime Gilinski apresentou à companhia uma oferta não solicitada e não negociada previamente para a aquisição da totalidade da participação societária do GPA no Grupo Éxito. A oferta vinculante tem valor equivalente a 836 milhões de dólares, a ser pago em dinheiro pela participação acionária total de 96,52% do GPA no Éxito.

- JBS ON subia 5,75%, a 17,28 reais, em sessão positiva para o setor de proteínas em geral. O Bradesco BBI também elevou a recomendação dos papéis da JBS para "outperform", com preço-alvo de 30 reais, avaliando que "o pior ficou para trás". Para os analistas, a companhia deve mostrar recuperação de margem até 2025 entre outros fatores pelas chuvas causadas pelo El Niño em junho, melhorando a oferta de pastagens/grãos e reduzindo custos.

- ULTRAPAR ON avançava 5,88%, a 18,91 reais, e VIBRA ON subia 4,36%, a 17,73 reais. Na véspera, a StoneX estimou que a demanda por gasolina no Brasil deve crescer 3,6% em 2023 ante 2022, para o recorde de 44,6 bilhões de litros. A consultoria elevou a projeção em 1,53 bilhão de litros ante a previsão anterior apesar de mudanças nas tributações que beneficiam o etanol hidratado, concorrente da gasolina.

- COPEL PNB valorizava-se 2,56%, a 8,02 reais, tendo de pano de fundo relatório do Bank of America elevando a recomendação dos papéis a "compra", com preço-alvo de 51 reais. Investidores aguardam desdobramentos relacionados à potencial privatização da elétrica, controlada pelo Estado do Paraná, com assembleia geral extraordinária prevista para 10 de julho para deliberar sobre proposta da companhia para a realização da oferta primária de ações.

- VALE ON mostrava acréscimo de 0,91%, a 65,31 reais, conforme os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian subiram para os níveis mais altos em 15 semanas nesta quinta-feira, sustentados pelo otimismo renovado em torno das perspectivas de mais estímulos para apoiar a recuperação econômica da China.

- PETROBRAS PN subia 0,1%, a 30,92 reais, favorecida pelo sinal positivo dos preços do petróleo no exterior, com o Brent em alta de 0,99%, a 74,76 dólares o barril. A companhia informou nesta quinta-feira que seu conselho de administração decidiu pela continuidade da implantação do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), cujas obras foram interrompidas em 2015.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,5%, a 28,29 reais, enquanto BRADESCO PN recuava 0,43%, a 16,03 reais.

- AZUL PN cedia 1,08%, a 21,12 reais, e GOL PN perdia 0,32%, a 12,65 reais, em movimento de ajustes após ganhos na véspera, que ampliaram a alta acumulada no mês para 26,7% no caso da Azul e 52,5% nos papéis da Gol.

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(Por Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)