Ibovespa recua com realização de lucros após encostar em 120 mil pontos

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, refletindo movimentos de realização de lucros após encostar nos 120 mil pontos na véspera, com o viés negativo em Wall Street e a queda nos preços de commodities como o petróleo corroborando as vendas.

Às 11:17, o Ibovespa caía 0,73%, a 118.986,32 pontos. O volume financeiro somava 5,3 bilhões de reais.

Na segunda-feira, o Ibovespa subiu 0,93%, a 119.857,76 pontos, chegando a 119.939 pontos no melhor momento, com os negócios no pregão ainda amparados por fluxo de capital externo, bem como perspectivas de corte da Selic no segundo semestre.

De acordo com o estrategista da Ágora Investimentos José Cataldo, permanecem no radar as expectativas de início de corte da Selic em agosto, cuja intensidade deve depender do ritmo da desaceleração da inflação local.

Em comentário a clientes, Cataldo também chamou a atenção para a apreciação da proposta do arcabouço fiscal pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado, último passo antes de ser votado no plenário da Casa.

O relator do novo marco fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que pretende votar a matéria na CAE nesta terça-feira, enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que, uma vez aprovada, ela irá direto ao plenário.

No exterior, Wall Street retornava do fim de semana prolongado no vermelho, na expectativa de discurso do chair do Federal Reserve nesta semana, enquanto agentes seguem calibrando apostas sobre os próximos passos do BC norte-americano.

Notícias da China avalizavam a correção nos negócios, com o banco central chinês cortando suas principais taxas de referência de empréstimos menos do que o esperado no mercado, enquanto a recuperação da economia dá sinais de desaceleração.

DESTAQUES

- VALE ON caía 2,29%, a 67,81 reais, conforme os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta terça-feira, com cortes modestos em taxas de juros na China desapontando operadores que esperavam um suporte mais robusto. A Bloomberg também noticiou que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita lidera a disputa pela fatia de 10% nas operações de níquel e cobre da Vale.

- BRASKEM PNA era negociada em baixa de 2,49%, a 30,18 reais, em meio a movimento de correção após forte valorização recente, com a alta no mês alcançando 37,8% até a véspera. Os papéis da petroquímica têm reagido a notícias relacionadas a uma aguardada venda da participação da Novonor na companhia.

- PETROBRAS PN recuava 1,25%, a 30,04 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent perdendo 1,54%, a 74,92 dólares o barril. Na véspera, as ações da estatal renovam máxima histórica de fechamento, a 30,42 reais.

- EMBRAER ON caía 2,03%, a 19,79 reais, mesmo em meio a uma batelada de anúncios sobre pedidos de aeronaves e parcerias envolvendo a controlada Eve durante o Paris AirShow, na França. Até a véspera, o papel acumulava no mês elevação de mais de 6%.

- JBS ON valorizava-se 2,85%, a 19,1 reais, tendo como pano de fundo aprovação pela companhia de 2,2 bilhões de reais em dividendos intermediários, que serão pagos em 29 de junho de acordo com as posições acionárias existentes até 22 de junho.

- BTG PACTUAL UNIT subia 1,7%, a 30,43 reais, chegando a 30,63 reais no melhor momento, máxima intradia desde agosto de 2021. Analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação das units para "outperform", com preço-alvo de 38 reais. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN caía 1,02% e BRADESCO PN perdia 0,35%.