Cajado diz esperar que problema com articulação do governo não contamine marco fiscal

Publicado em 23/05/2023 10:51

 

(Reuters) -O relator da proposta de novo marco fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), disse nesta terça-feira esperar que o descontentamento de parlamentares com a articulação política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não contamine a tramitação da proposta, que deve ir a voto no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana.

 

 

Em entrevista à GloboNews, Cajado afirmou que tem escutado muitas reclamações de parlamentares sobre descumprimento por parte do Executivo de compromissos firmados, mas que até o momento isto não tem impactado nas tratativas sobre o novo regime fiscal.

"De fato existe um problema com a base do governo, existe muita insatisfação. Nesta semana, inclusive, desde ontem, eu tive muitas colocações neste sentido, de que o governo não está de fato atendendo aos compromissos que foram feitos", afirmou, fazendo a ressalva de que não sabe se isto de fato está ocorrendo pois seu partido, o PP, adotou postura de independência em relação ao governo.

"Espero que não haja contaminação, como não tem havido. A interlocução tem sido feito com o ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad, com a equipe dele, comigo e com os técnicos aqui da Comissão de Orçamento."

Cajado reiterou que fará mudanças de redação em seu parecer para tornar mais claros alguns pontos do texto, como por exemplo que não haverá prejuízos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ele negou que haverá qualquer alteração que afrouxe o marco fiscal.

Cajado também disse que a aprovação do regime fiscal atingirá a política monetária "em seu cerne", o que irá provocar cortes na taxa de juros pelo Banco Central.

O relator disse ainda que espera a aprovação do arcabouço na Câmara dos Deputados com um placar similar ao da votação de urgência do projeto e que o texto é "muito melhor" do que o teto de gastos aprovado no governo do ex-presidente Michel Temer.

(Por Eduardo Simões, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)

Fonte: Reuters

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