Vendas no varejo do Brasil sobem bem mais do que o esperado em março, diz IBGE
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro subiram muito mais do que o esperado em março sobre o mês anterior, registrando forte aumento frente ao mesmo período de 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Em março, as vendas no varejo tiveram alta de 0,8% em comparação com fevereiro, resultado bem melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,8%.
Em relação a março do ano passado, o volume de vendas saltou 3,2%, superando com força a projeção de baixa de 0,10%..
"Esse aumento de 0,8% (no mês) representa a saída de uma estabilidade em fevereiro para um resultado que podemos considerar como crescimento", disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, no comunicado com os dados.
"Além disso, ao observarmos os últimos três meses juntos, vemos ganho de patamar de 4,5% em relação a dezembro do ano passado, último mês de queda", acrescentou ele.
Segundo o IBGE, o resultado de março foi influenciado pela alta de três das oito atividades do comércio varejista pesquisadas. O volume de vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiu 7,7%, enquanto o de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria avançou 0,7% e o de Móveis e eletrodomésticos ganhou 0,3%.
Segundo Santos, a maior contribuição veio dos artigos farmacêuticos, que têm o segundo maior peso no indicador geral.
A atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo --principal influência sobre o volume total de vendas-- ficou estável.
"Foi um resultado bastante equilibrado na análise dos setores", avaliou o gerente da pesquisa.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve alta de 3,6% das vendas em março.
Depois de encerrar 2022 com fraqueza, o setor varejista brasileiro deu um salto no início do ano, favorecido por onda de promoções e liquidações, mas tem à frente agora as consequências dos juros altos no país, que encarecem o crédito. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido criticado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A alta do setor varejista em março foi acompanhada de expansão de 1,1% da produção industrial e de 0,9% do setor de serviços, segundo relatórios divulgados pelo IBGE mais cedo neste mês.