Ibovespa engata 9ª alta e flerta com 110 mil pontos; foco em Petrobras, balanços e fiscal

Publicado em 16/05/2023 11:25

O Ibovespa avançava pela nona sessão consecutiva nesta terça-feira, superando os 110 mil pontos no melhor momento, com as ações preferenciais da Petrobras avançando 5% após o anúncio de uma nova política de preços para gasolina e diesel.

A temporada da balanços também repercutia nos negócios, com Hapvida e Rede D'Or na ponta positiva após os números dos primeiros meses do ano, enquanto Magazine Luiza e BRF eram destaques negativos na esteira de dados piores do que as projeções.

Às 11:01, o Ibovespa subia 0,99 %, a 110.112,53 pontos, mesmo após oito altas seguidas, período em que acumulou elevação de 7,1%. A última vez que o Ibovespa avançou por nove sessões seguidas foi em fevereiro de 2018. Na máxima até o momento, chegou a 110.151,03 pontos. O volume financeiro no pregão somava 6 bilhões de reais.

Ainda sob os holofotes está o novo marco fiscal acordado entre lideranças partidárias na véspera, que, segundo o relator da proposta na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), será votado em sessão plenária da Casa em 24 de maio.

O texto prevê gatilhos para conter gastos caso o governo não cumpra objetivos estabelecidos para melhorar as contas públicas, mas o programa Bolsa Família e a política de reajuste real do salário mínimo serão preservados.

Para a Tullett Prebon Brasil, apesar de atender solicitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tirar salário mínimo e Bolsa Família dos gatilhos, o texto é positivo, pois traz os principais gatilhos que previa a PEC Emergencial.

A equipe da corretora também observou em nota a clientes que considera positivo o "enforcement" de criminalização apenas em caso de não cumprimento dos gatilhos.

A proposta prevê sanções administrativas ao presidente da República em caso de descumprimento da meta por parte do governo federal. E o gestor que não cumprir as metas poderá responder por improbidade administrativa e até crime de responsabilidade.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançava 5,11%, a 26,97 reais, após anunciar nesta terça-feira sua nova estratégia comercial para o diesel e a gasolina, abandonando a paridade de importação (PPI) como base principal para os reajustes e passando a aplicar premissas que miram um "equilíbrio" entre os mercados nacional e internacional.

- HAPVIDA ON saltava 11,11%, a 3,5 reais, mesmo após prejuízo líquido de 341,6 milhões de reais no primeiro trimestre, uma vez que o Ebitda ajustado aumentou 63,5%, para 634,5 milhões de reais, com expansão de margem Ebitda ajustada a 9,4%, de 6,5% um ano antes.

- REDE D'OR ON disparava 7,1%, a 27,9 reais, depois de divulgar alta de cerca de 35% no lucro líquido do primeiro trimestre sobre um ano antes, para 303,8 milhões de reais, impulsionado por maiores receitas de serviços e menores despesas. O resultado superou expectativas de analistas.

- MAGAZINE LUIZA ON desabava 15,3%, a 3,71 reais, na esteira do prejuízo líquido ajustado de 309,4 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, ante um prejuízo de 98,8 milhões de reais no mesmo período de 2022, em desempenho afetado por maiores despesas financeiras e taxa de juros mais elevada.

- BRF ON caía 5,34%, a 6,92 reais, uma vez que reportou prejuízo líquido de 1,024 bilhão de reais no primeiro trimestre deste ano, bem acima do esperado por analistas, citando um mercado global de carne de frango com excesso de oferta e altos preços de grãos.

- BANCO DO BRASIL ON recuava 1,31%, a 43,86 reais, em meio a resultado trimestral dentro do esperado, com lucro líquido ajustado de 8,55 bilhões de reais nos primeiros três meses do ano, uma expansão de cerca de 29% sobre o mesmo período do ano passado, apesar de as provisões para perdas com empréstimos terem mais do que dobrado.

- ALIANSCE SONAE ON valorizava-se 1,94%, a 20,01 reais, após balanço do primeiro trimestre, assim como estimativa de lucro antes de juros, impostos e depreciação (Ebitda) entre 1,95 bilhão e 2 bilhões de reais este ano.

- IRB BRASIL ON avançava 4,44%, a 37,6 reais, tendo de pano de fundo balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de 8,6 milhões de reais.

- ENEVA ON subia 1,34%, a 12,12 reais, com o balanço do primeiro trimestre mostrando lucro líquido de 223 milhões de reais, alta de 21% ano a ano, em meio a uma diversificação de negócios na companhia que permitiu avanço nos resultados apesar de menor demanda por despacho térmico pelo Brasil.

- ITAÚSA PN ganhava 0,78%, a 9,07 reais, em meio a balanço dos primeiros três meses do ano, com lucro líquido de 2,8 bilhões de reais, assim como anúncio de programa de recompra de ações.

- MARFRIG ON mostrava declínio de 3,33%, a 6,39 reais, após divulgar prejuízo de 634 milhões de reais no primeiro trimestre de 2023, ante lucro de 109 milhões de reais no mesmo período do ano passado, com menores margens da operação nos Estados Unidos pressionando os resultados.

- SLC AGRÍCOLA ON registrava variação positiva de 0,17%, a 35,79 reais. Uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, a empresa teve queda de 27,9% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para cerca de 575 milhões de reais.

- XP INC, que é negociada em Nova York, subia 5,37%, a 16,595 dólares, mesmo após a maior plataforma independente de investimentos do Brasil reportar queda de 7% no lucro líquido do primeiro trimestre ano a ano, para 796 milhões de reais, com receita estável e forte recuo nas captações líquidas de recursos.

- NU, também negociada nos EUA, valorizava-se 7,06%, a 6,52 dólares. O maior banco digital da América Latina registrou lucro líquido de 142 milhões de dólares para o primeiro trimestre, superando resultado negativo de 45,1 milhões no mesmo período do ano passado, em meio a uma forte expansão de sua base de clientes na região.

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(Por Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)

Fonte: Reuters

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