Heinze critica expropriação de terras no Rio Grande do Sul
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou, em pronunciamento na quarta-feira (10), decreto do presidente Lula que expropriou 711 hectares de 70 pequenos produtores rurais em Vicente Dutra (RS), cidade com 5,2 mil habitantes. O parlamentar afirmou que produtores, prefeitura e estado não foram notificados da ação, que aconteceu em “uma canetada”.
— Agora, para onde vão os produtores? Você sai da sua casa hoje porque expropriaram-na e não vão pagar nada pela sua terra. Essa terra não foi invadida. [...] São dezenas de anos, mais de cem anos que as famílias estão em cima das terras, e, de uma hora para outra, expropriam-nas. A terra custa R$ 25 mil, R$ 30 mil, R$ 40 mil o hectare. Tomam-me a terra. E me botam onde? No olho da rua!
Heinze também citou o caso da cidade Cacique Doble (RS), que também terá áreas expropriadas. Segundo ele, cerca de 252 famílias "seguirão o mesmo rumo" de Vicente Dutra.
Outro problema relatado pelo parlamentar ocorre em Maquiné (RS) e Osório (RS), onde existe o Quilombo de Morro Alto. Em 4,2 mil hectares vivem mais de 500 famílias, segundo Heinze. De acordo com ele, 20 famílias defendem titulação das terras, contra a vontade dos demais negros que trabalham nas propriedades e não querem a área como um quilombo.
— Comprar essas terras a preço de banana e tomar as terras dos produtores, empresários, trabalhadores que não querem entregar. São mais de 500 famílias para colocar 20 assentados negros. [...] No meu estado são 32 processos indígenas, 72 processos quilombolas que agora começam a tomar curso e tem que haver um rumo para esses processos. E no Brasil? Temos hoje 13%, 14% do território de terras indígenas. Querem chegar a quanto? A 20%, 25%, 30%? O que será deste país? Então é uma preocupação que tenho com produtores rurais e com empresários de qualquer ramo de atividade — disse.