FMI diz que calote dos EUA teria "repercussões muito sérias" na economia global

Publicado em 11/05/2023 14:08 e atualizado em 11/05/2023 14:55

Por David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional disse nesta quinta-feira que um calote da dívida dos Estados Unidos devido ao fracasso em aumentar o teto da dívida do país teria "repercussões muito sérias" para a economia dos EUA, bem como para a economia global, incluindo prováveis custos de empréstimos mais altos.

A porta-voz do FMI, Julie Kozack, também disse em uma coletiva de imprensa que as autoridades dos EUA precisam permanecer vigilantes sobre as novas vulnerabilidades no setor bancário dos EUA, inclusive em bancos regionais, que podem surgir no ajuste a um ambiente de taxas de juros muito mais altas.

Kozack disse que o FMI não pode quantificar imediatamente o impacto que um calote dos EUA teria sobre o crescimento global. Em abril, o Fundo previu o crescimento do PIB global em 2,8% para 2023, mas disse que uma turbulência mais profunda no mercado financeiro, marcada por uma retração aguda nos preços dos ativos e cortes acentuados nos empréstimos bancários, poderia reduzir o crescimento da produção para 1,0%.

Mas ela disse que taxas de juros mais altas podem ser um resultado do calote dos EUA e de alguma instabilidade mais ampla na economia global.

"Gostaríamos de evitar essas repercussões severas", disse Kozack. "E, por esse motivo, novamente pedimos a todas as partes que se unam, cheguem a um consenso e resolvam o assunto o mais rápido possível."

Conversas detalhadas sobre o aumento do teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo dos EUA começaram na quarta-feira, com os republicanos continuando a insistir em cortes de gastos, um dia depois que o presidente democrata Joe Biden e o líder republicano no Congresso Kevin McCarthy se reuniram para discutir o assunto pela primeira vez em três meses.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que um calote nos pagamentos dos EUA pode ocorrer já em 1º de junho se o Congresso não aumentar o limite de endividamento.

(Reportagem de David Lawder)

Fonte: Reuters

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