BC britânico sobe juros para 4,5% com inflação desacelerando

Publicado em 11/05/2023 08:10 e atualizado em 11/05/2023 08:42

Por David Milliken e Andy Bruce

LONDRES (Reuters) - O Banco da Inglaterra elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira, para 4,5%, levando os custos de empréstimos ao nível mais alto desde 2008 com seu 12º aumento consecutivo, conforme busca conter a inflação mais rápida entre as grandes economias.

O banco central britânico não prevê mais recessão depois que revisou para cima suas projeções de crescimento ante os números sombrios divulgados em fevereiro, a maior melhora desde que publicou as primeiras previsões em 1997.

Mas agora também espera que a inflação caia mais lentamente do que antes, principalmente devido a aumentos inesperadamente grandes e persistentes nos preços dos alimentos.

"Se houver evidências de pressões mais persistentes, será necessário mais aperto na política monetária", disse o banco central, mantendo a mesma orientação sobre ações futuras que teve em fevereiro e março.

Uma pesquisa da Reuters na semana passada mostrou que a maioria dos economistas esperava que o Banco da Inglaterra mantivesse os juros inalterados após um aumento de 0,25 ponto percentual em maio, mas os juros futuros antes da decisão desta quinta-feira precificavam um pico de 5% para a taxa de juros neste outono do Hemisfério Norte.

As autoridades votaram por 7 a 2 pelo aumento em maio, em linha com as expectativas dos economistas em uma pesquisa da Reuters, com os membros do Comitê de Política Monetária Silvana Tenreyro e Swati Dhingra novamente expressando sua oposição a mais aperto.

O Banco da Inglaterra foi o primeiro grande banco central a começar a aumentar os custos dos empréstimos em dezembro de 2021, mas foi acusado por críticos de não agir de forma agressiva o suficiente, já que a inflação se aproximava de uma máxima de quatro décadas de 11,1% atingida em outubro.

Na semana passada, o Federal Reserve e o Banco Central Europeu elevaram suas taxas de juros de referência em 25 pontos-base. Enquanto o chair do Fed, Jerome Powell, sugeriu uma pausa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que era muito cedo para parar.

O problema da inflação alta no Reino Unido decorre em grande parte de sua forte dependência do gás natural importado para geração de energia, deixando-a particularmente exposta ao aumento dos preços da energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado.

Os preços da energia caíram acentuadamente e o banco central espera que a inflação caia para 5,1% até o final deste ano, de 10,1% em março. Mas isso é um declínio menor do que a queda para 3,9% prevista em fevereiro e o banco central prevê que a inflação não retornará à meta de 2% até o início de 2025.

Previsões mais altas para os preços dos alimentos adicionaram cerca de 1 ponto percentual à inflação futura em comparação com fevereiro, disse o Banco da Inglaterra.

A maioria das autoridades do banco vê riscos ascendentes "significativos" para essas previsões de inflação. Levando isso em consideração, não se prevê que a inflação fique significativamente abaixo de sua meta em nenhum momento nos próximos anos, mesmo que as taxas de juros subam mais 0,25 ponto ou mais.

O Banco da Inglaterra prevê que a economia crescerá 0,25% este ano - em comparação com a previsão de fevereiro de uma contração de 0,5%.

Energia mais barata, estímulo fiscal e maior confiança empresarial e do consumidor significam que o Banco da Inglaterra agora não prevê mais recessão este ano e espera que a economia fique 2,25% maior em três anos do que antes.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil