Fed eleva juros em 0,25 p.p. e sinaliza possível pausa no ciclo de aperto monetário

Publicado em 03/05/2023 15:21 e atualizado em 03/05/2023 15:53

Por Howard Schneider e Ann Saphir

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve elevou nesta quarta-feira a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou que deve pausar os aumentos, dando tempo às autoridades para avaliar as consequências das recentes falências de bancos, aguardar a resolução de um impasse político sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e monitorar o curso da inflação.

A decisão unânime elevou a taxa de juros de referência do banco central dos EUA para a faixa de 5,00% a 5,25%, no décimo aumento consecutivo do Fed desde março de 2022.

Mas a declaração de política monetária que acompanha a decisão deixou de lado a linguagem em que dizia que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) ainda "antecipa que algum endurecimento adicional pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para a meta de 2% ao longo do tempo".

No lugar, o Fed inseriu uma declaração mais qualificada, reminiscente da linguagem usada quando interrompeu os aumentos de juros em 2006, que diz que "para determinar até que ponto um aperto adicional da política monetária pode ser apropriado" as autoridades estudarão como a economia, a inflação e mercados financeiros se comportam nas próximas semanas e meses.

A nova redação não garante que o Fed manterá os custos de empréstimos estáveis ​​em sua próxima reunião de política monetária em junho, e o comunicado destacou que "a inflação permanece elevada" e os ganhos de empregos ainda "estão em ritmo robusto".

Mas os juros do Fed estão agora praticamente no mesmo nível em que estavam às vésperas da crise financeira de 16 anos atrás, e no patamar que uma série de autoridades do banco central projetou, em março, que seria adequado para levar a taxa de inflação de volta à meta de 2% do Fed --atualmente a taxa é mais que o dobro.

O crescimento econômico continua modesto, mas "os desdobramentos recentes provavelmente resultarão em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesarão na atividade econômica, nas contratações e na inflação", disse o Fed.

Os riscos em torno das recentes falências de vários bancos dos EUA e do impasse sobre o limite da dívida entre os republicanos no Congresso norte-americano e o presidente democrata Joe Biden ampliaram o senso de cautela do Fed sobre tentar apertar mais as condições financeiras.

O chair do Fed, Jerome Powell, dará uma entrevista coletiva às 15:30 (de Brasília) para elaborar sobre o resultado da reunião de política monetária de dois dias.

Fonte: Reuters

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