Crescimento econômico dos EUA desacelera no 1º trimestre; pedidos de auxílio-desemprego caem

Publicado em 27/04/2023 10:23

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, apesar do aumento nos gastos do consumidor, e a atividade deve se moderar ainda mais à medida que os efeitos da taxa de juros mais alta se espalham.

O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anualizada de 1,1% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio em sua primeira estimativa para o PIB do primeiro trimestre, nesta quinta-feira.

A economia havia crescido a um ritmo de 2,6% no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam avanço do PIB a uma taxa de 2,0%.

Apesar da desaceleração, que refletiu principalmente o investimento fraco em estoques, o Federal Reserve está a caminho de aumentar a taxa de juros em mais 25 pontos-base na próxima semana. O Fed elevou sua taxa básica em 475 pontos desde março passado, do nível próximo a zero para a faixa atual de 4,75% a 5,00%.

Embora a economia não estivesse em recessão no último trimestre, o cenário agora é muito diferente.

As condições de crédito se tornaram mais rígidas após a recente turbulência no mercado financeiro, que, juntamente com o ciclo de aumento mais rápido dos juros pelo Fed desde a década de 1980, aumentou os riscos de uma desaceleração na segunda metade do ano.

Após os ganhos de janeiro, que os economistas atribuíram ao clima excepcionalmente ameno e às dificuldades de ajustar os dados às flutuações sazonais, os relatórios econômicos apontaram um tom mais fraco, com queda das vendas no varejo em fevereiro e março.

Ainda assim, os gastos do consumidor cresceram a uma taxa mais rápida no período de janeiro a março do que o ritmo de 1,0% registrado no quarto trimestre. Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, estão sendo sustentados por um mercado de trabalho apertado, caracterizado por uma taxa de desemprego de 3,5%.

Um relatório separado do Departamento do Trabalho nesta quinta-feira mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego diminuíram em 16.000 na semana encerrada em 22 de abril, para 230.000 em dado com ajuste sazonal.

Economistas esperavam 248.000 pedidos na última semana. Embora as solicitações, que aumentaram desde março, permaneçam bem abaixo dos níveis que poderiam levantaram alarme sobre o mercado de trabalho, o acesso reduzido ao crédito para empresas e famílias deve prejudicar a demanda e, em última análise, o emprego.

Apesar dos problemas que pairam sobre a economia, alguns economistas esperam que uma recessão seja evitada. Eles observaram que os temores de uma desaceleração estavam derrubando os preços de commodities como o petróleo, o que poderia ajudar a reduzir as pressões de custo para as empresas e beneficiar a economia como um todo.

(Reportagem de Lucia Mutikani)

Fonte: Reuters

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