Ajustar orientação futura pode ser primeira tarefa do novo chefe do BC japonês

Publicado em 26/04/2023 10:35

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - É provável que o novo chefe do Banco do Japão (BOJ) mantenha as configurações monetárias flexíveis em sua reunião de estreia na sexta-feira, mas pode considerar descartar as referências à pandemia nas orientações futuras, à medida que a questão desaparece como um risco econômico.

Embora tal ajuste não tenha implicações práticas para a política monetária, os investidores pode interpretá-lo como o primeiro passo do presidente do banco central japonês, Kazuo Ueda, em direção a uma mudança mais ampla na atual postura mais branda no combate à inflação do órgão e uma eventual eliminação de seu estímulo massivo.

Aprimorar a comunicação do banco central japonês com os mercados pode ser a primeira tarefa na qual o ex-acadêmico trabalhará para se diferenciar de seu antecessor Haruhiko Kuroda, dizem alguns analistas.

Com o Japão reabrindo a economia e removendo as restrições da pandemia, os críticos dizem que a orientação do BOJ de manter a política ultrafrouxa "com um olhar atento ao impacto da pandemia", introduzida em 2020, ficou desatualizada.

Na reunião de dois dias que termina na sexta-feira, o conselho do BOJ pode debater ajustes na linguagem para eliminar gradualmente a referência à Covid-19, embora um ajuste real possa ser adiado até a próxima revisão da taxa em junho, dizem fontes familiarizadas com seu pensamento.

Dada a incerteza sobre a economia global e as perspectivas salariais domésticas, o BOJ deve manter na sexta-feira suas metas de controle da curva de rendimento (YCC), fixadas em -0,1% para taxas de curto prazo e em torno de zero para o rendimento dos títulos de 10 anos.

Pistas sobre o momento de um ajuste no YCC também podem vir do relatório de perspectiva trimestral do BOJ, previsto para sexta-feira, que incluirá novas previsões de crescimento e preços.

De acordo com as projeções atuais feitas em janeiro, o BOJ espera que o núcleo da inflação ao consumidor atinja 1,6% este ano e 1,8% no ano fiscal de 2024. Ele espera que a economia expanda 1,7% neste ano fiscal antes de desacelerar para 1,1% no ano seguinte.

Muitos analistas esperam que o BOJ projete que a inflação fique próxima, mas um pouco abaixo, da meta de 2% do banco para os anos fiscais de 2024 e 2025.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil