Ibovespa tem leve queda, mas caminha para marcar melhor semana de 2023
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía nesta sexta-feira, mas mantinha-se no caminho para registrar a maior alta semanal do ano após leituras de inflação abaixo do esperado no Brasil e dados econômicos no exterior ajudarem a impulsionar o índice.
As atenções nesta manhã estão voltadas para uma série de indicadores econômicos e balanços de bancos nos Estados Unidos, enquanto, no noticiário local, investidores estão de olho em declarações de autoridades do governo em viagem na China.
Vale e CSN estavam entre destaques negativos, enquanto Itaú Unibanco e Petrobras davam suporte positivo.
Às 11h35 (de Brasília), índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caía 0,65%, a 105.765,28 pontos. O volume financeiro somava 7 bilhões de reais.
Na semana, o índice caminha para alta de cerca de 4,9%, a maior desde dezembro.
O Ibovespa abriu no território negativo nesta sexta-feira e chegou a ultrapassar queda de 1%, alinhado com maior cautela em Nova York, mas recuperou algum terreno em seguida, em especial com apoio de Petrobras e bancos, que viraram para o azul.
O analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, destacou a agenda de indicadores mais pesada nos EUA, com vendas no varejo, produção industrial e confiança do consumidor, aliada à certa correção após alta do Ibovespa no início da semana e contração do setor de serviços no Brasil em janeiro. "Isso pode estar influenciando na cautela do mercado."
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em declaração na China, voltou a citar o Banco Central, dizendo que não adianta um bom trabalho do governo se a autarquia não acompanhar. Também foi divulgada uma série de parcerias e negócios envolvendo os países.
O Ibovespa avançou 6% nos primeiros três pregões da semana, refletindo perspectivas relacionadas à taxa Selic, em meio à desaceleração recente do IPCA, bem como algum alívio nas incertezas fiscais após a apresentação da proposta do novo arcabouço que substituirá a regra do teto dos gastos. O cenário externo também ajudou, com dados econômicos elevando a percepção de que o ciclo de alta de juros nos EUA pode estar perto do fim.
Em Wall Street, os principais índices mostravam leve queda, com investidores digerindo os indicadores divulgados pela manhã, incluindo dado mais fraco de vendas do varejo. Por outro lado, JPMorgan, Citi e Wells Fargo divulgaram lucro trimestral acima do esperado, o que limitava as perdas.
DESTAQUES
- VALE ON caía 0,72%, a 78,94 reais, terceira queda seguida, diante de novo recuo do minério de ferro na Ásia. O contrato da commodity mais negociado para setembro na bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações diurnas com queda de 0,8%, a 768,50 iuanes (112,30 dólares) a tonelada, a caminho de perda semanal de quase 3%.
- CSN ON recuava 6,59%, a 14,61 reais, após o Goldman Sachs rebaixar a recomendação da ação a "venda", citando expectativa de resultados mais fracos a partir do segundo semestre e maior alacavancagem.
- BRASKEM PNA subia 5,4%, a 21,46 reais, após o UBS BB elevar a recomendação da ação a "compra".
- PETROBRAS PN subia 0,38%, a 26,13 reais, indo para o quinto avanço consecutivo, enquanto o petróleo operava sem direção clara no exterior. No setor, PRIO ON ganhava 0,11% e 3R PETROLEUM ON cedia 1,3%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,98%, a 25,89 reais, revertendo queda de mais cedo. O setor bancário operava majoritariamente no azul na B3, em dia também de balanços de grandes instituições financeiras norte-americanas.
- MARISA LOJAS ON, que não está no Ibovespa, avançava 2,6%, a 0,79 real, após a empresa captar cerca de 90 milhões de reais com controladores por meio de emissões de debêntures com colocação privada. A varejista já havia anunciado o aporte pelos controladores, mas não tinha dito de que forma a operação seria feita.