Ibovespa amplia queda com receios sobre regra fiscal
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa acelerou as perdas e renovou mínimas da sessão na tarde desta segunda-feira, em meio a preocupações relacionadas ao novo arcabouço fiscal esperado para o país, descolando da melhora observada em outras praças acionárias no exterior após o acordo UBS/Credit Suisse e ação coordenada de bancos centrais.
Às 15:07, o Ibovespa caía 1,09%, a 100.871,03 pontos. No pior momento, chegou a 100.678,84 pontos - mínima intradia desde julho de 2022. Mais cedo, na máxima, alcançou 102.328,44 pontos. O volume financeiro somava 12,3 bilhões de reais.
Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltando a destacar que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos e a defender usar bancos públicos para a oferta de crédito e o financiamento do desenvolvimento do país traziam desconforto em meio às discussões sobre a regra fiscal.
Em paralelo, nomes do PT voltaram a pressionar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicamente e nos bastidores, cobrando um texto flexível, que preveja até dose de expansionismo fiscal para estimular o crescimento econômico.
Mais cedo nesta segunda-feira Haddad afirmou que Lula orientou que os membros do governo façam reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado, líderes partidários e economistas de fora do mercado antes da apresentação oficial do arcabouço fiscal.
Ainda assim, o ministro afirmou que torcerá para que o texto seja apresentado ainda nesta semana, antes da viagem do presidente e ministros à China --Lula embarca dia 24.
No mercado, os receios estão atrelados aos riscos de prevalecer a visão da ala política, além de um potencial atraso na definição da nova âncora fiscal, que, segundo o vice-presidente, Geraldo Alckmin, terá como base a curva da dívida, o superávit e o controle de gasto.
No exterior, Wall Street tinha uma sessão positiva, com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS apoiada por autoridades e a ação coordenada de bancos centrais trazendo algum alívio, enquanto agentes especulam sobre a decisão do Federal Reserve nesta semana, principalmente a chance de pausar a alta de juros.
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(Por Paula Arend Laier)