BC da Rússia mantém retórica agressiva ao deixar juros inalterados
Por Alexander Marrow e Elena Fabrichnaya
MOSCOU (Reuters) - O banco central da Rússia manteve sua taxa de juros de referência em 7,5% na sexta-feira, mantendo sua retórica agressiva já que o aumento do déficit orçamentário e a escassez de mão de obra representam riscos inflacionários, e disse que avaliará a necessidade de aumentos de juros nas próximas reuniões.
No ano passado, o banco reverteu gradualmente um aumento emergencial da taxa para 20% feito no final de fevereiro, após a decisão da Rússia de enviar dezenas de milhares de soldados à Ucrânia e a imposição de amplas sanções ocidentais em resposta. Ele agora manteve as taxas estáveis em 7,5% desde o último corte em setembro.
A inflação anual, que atingiu picos de mais de 20 anos em 2022, desacelerou para 7,65% em 13 de março uma vez que saíram da conta taxas elevadas do ano passado. O banco central disse que isso levará a inflação a cair temporariamente abaixo de sua meta de 4% nos próximos meses.
"Ao mesmo tempo, a pressão inflacionária sustentada aumentará gradualmente de níveis moderadamente baixos", disse o banco em comunicado.
O Banco da Rússia, que vê a inflação de volta à meta de 4% em 2024, após encerrar 2023 entre 5,0% e 7,0%, continua preocupado com os riscos inflacionários.
"A aceleração dos gastos fiscais, a deterioração dos termos do comércio exterior e a situação no mercado de trabalho continuam a representar riscos pró-inflação", disse o banco. "O saldo geral dos riscos de inflação permaneceu essencialmente o mesmo desde a reunião anterior."
A decisão veio em linha com uma pesquisa da Reuters, com analistas esperando que o banco mantenha sua retórica agressiva antes de possivelmente aumentar o custo dos empréstimos ainda este ano.
(Reportagem adicional de Darya Korsunskaya, Jake Cordell e Maria Kiselyova)