BC do Japão debateu viabilidade de ajustar controle de rendimentos, mostra ata de janeiro
Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - As autoridades do Banco do Japão debateram a viabilidade de fazer mais ajustes em sua política de controle de rendimento de títulos em janeiro, com um membro dizendo que é necessário manter "várias opções em mente" no caminho futuro, mostrou a ata da reunião do banco central japonês nesta quarta-feira.
O conselho de nove membros também concordou que a inflação e os salários podem superar as expectativas, sugerindo que uma eliminação gradual de seu estímulo monetário massivo ainda será considerada quando Kazuo Ueda suceder o atual presidente do banco, Haruhiko Kuroda, no próximo mês.
Mas o conselho também viu o risco de as empresas não conseguirem aumentar os salários o suficiente para erradicar a mentalidade deflacionária profundamente arraigada do público, mostrou a ata.
"Os membros concordaram que há grande incerteza sobre o comportamento das empresas na definição de preços e salários", disse o banco na ata.
Na reunião de janeiro, o Banco do Japão manteve os juros ultrabaixos, incluindo um limite de rendimento de títulos que está tentando defender, desafiando as expectativas do mercado de que eliminaria gradualmente seu enorme programa de estímulo monetário em meio à crescente pressão inflacionária.
O conselho concordou que era prematuro abandonar a política monetária ultrafrouxa, com a inflação ainda a atingir de forma sustentável a meta de 2% do banco central, de acordo com a ata da reunião de 17 a 18 de janeiro.
Mas muitos membros do conselho disseram que as distorções na curva de rendimento, causadas em parte pela compra agressiva de títulos pelo Banco do Japão para defender seu teto de rendimento, ainda não foram corrigidas, mostrou a ata, sublinhando sua preocupação com o custo crescente do afrouxamento monetário prolongado.
"Em algum momento no futuro, o Banco do Japão deve conduzir um exame de sua política para determinar o equilíbrio entre seus benefícios e custos. Por enquanto, porém, é apropriado manter o afrouxamento monetário", disse um membro.
(Reportagem de Leika Kihara)