Rússia e Ucrânia lutam por Bakhmut; Moscou diz que acordo de grãos foi prorrogado

Publicado em 14/03/2023 09:31

Por Mike Collett-White

PERTO DE KREMINNA, Ucrânia (Reuters) - O futuro da Ucrânia depende do resultado das batalhas no leste, incluindo dentro e ao redor de Bakhmut, disse o presidente do país, Volodymyr Zelenskiy, com ambos os lados descrevendo combates brutais enquanto a Rússia intensifica uma campanha de inverno para capturar a pequena cidade.

Bakhmut se tornou o foco da invasão da Rússia, com a luta de meses se tornando a batalha de infantaria mais sangrenta da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

"Está muito difícil no leste --muito doloroso", afirmou Zelenskiy em seu vídeo noturno, realizado todas as noites desde que a Rússia lançou a invasão, há mais de um ano.

"Temos que destruir o poderio militar do inimigo. E vamos destruí-lo."

Kiev e Moscou deram relatos diferentes sobre as negociações para estender o acordo de grãos do Mar Negro, estabelecido no ano passado para evitar a fome global ao garantir exportações durante a guerra a partir de Ucrânia e Rússia, ambas entre os principais fornecedores mundiais de alimentos.

O acordo, negociado pelas Nações Unidas e pela Turquia, expira esta semana. A Rússia disse que foi prorrogado por 60 dias, mas a Ucrânia afirmou que o acordo exigia que qualquer prorrogação durasse 120 dias. Segundo a Turquia, as negociações ainda estão em andamento.

No que seriam os primeiros casos de crimes de guerra internacionais decorrentes da invasão, espera-se que o Tribunal Penal Internacional (TPI) busque a prisão de autoridades russas por deportar crianças à força da Ucrânia e atacar a infraestrutura civil, declarou uma fonte à Reuters.

O Kremlin disse que o tribunal não tem jurisdição sobre a Rússia.

Moscou certamente rejeitaria mandados de prisão contra suas autoridades, mas um processo internacional por crimes de guerra poderia aprofundar seu isolamento diplomático devido a uma campanha que matou milhares de civis e expulsou milhões de suas casas.

No front de batalha, soldados ucranianos disseram na segunda-feira que estavam repelindo ataques perto de Kreminna, ao norte de Bakhmut.

Um soldado foi trazido do front com uma perna ferida. Ele foi estabilizado em uma van com uma tala e analgésicos antes de ser levado a um centro médico.

"Estabilizamos o paciente o máximo possível", disse o médico Mykhailo Anest, enquanto uma grande explosão aconteceu.

Do outro lado do front, em Volnovakha, um vilarejo controlado pelos russos ao sul, o corpo de uma mulher jazia em uma rua próxima a uma loja em ruínas. Um investigador militar russo disse à Reuters que a área foi atingida por bombardeios ucranianos.

BAKHMUT

A guerra de trincheiras, descrita por ambos os lados como um moedor de carne, tem feito um grande número de vítimas em Bakhmut, com as duas partes relatando centenas de soldados inimigos mortos a cada dia. Nenhum dos lados dá números regulares de suas próprias baixas.

A Rússia diz que tomar Bakhmut abriria um caminho para capturar toda a província vizinha de Donetsk, um objetivo central da guerra. A Ucrânia, que decidiu defender Bakhmut em vez de se retirar, afirma que desgastar as forças armadas da Rússia agora ajudará sua contraofensiva mais tarde.

O Ministério da Defesa britânico disse na terça-feira que Moscou estava ficando sem munição.

"Esta quase certamente foi uma das principais razões pelas quais nenhuma formação russa foi recentemente capaz de gerar uma ação ofensiva operacionalmente significativa", afirmou em uma atualização diária de inteligência.

Fonte: Reuters

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