Ibovespa avança com aval externo, mas deve acumular perda na semana

A bolsa paulista adotava um viés positivo nesta sexta-feira, encontrando respaldo na performance de praças acionárias no exterior e com Minerva entre as maiores altas, mas o Ibovespa deve acumular perda em semana que teve Petrobras entre os protagonistas.

Às 11:12, o Ibovespa subia 0,53%, a 103.874,48 pontos, caminhando para um declínio de 1,8% na semana. O volume financeiro no dia somava 3,3 bilhões de reais.

No exterior, os futuros acionários de Wall Street apontavam uma abertura positiva dos pregões em Nova York, em meio a um alívio nos rendimentos dos Treasuries após rali disparado por preocupações de que o Federal Reserve poderá manter os juros mais altos por um período maior de tempo para controlar a inflação.

De acordo com análise técnica do Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de baixa no curto prazo, tendo como próximo suporte os 101.600 pontos - que se perdido pode acelerar o movimento de baixa em direção aos 96.900 e 95.200 pontos. Em caso de recuperação, a primeira resistência está em 106.100 pontos.

"O risco de mais quedas continua, após o índice entrar em tendência de baixa. O cenário de aversão a risco cresceu na última semana", afirmaram Fábio Perina e equipe em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN cedia 0,28%, a 24,57 reais, enquanto agentes financeiros continuam avaliando os riscos para a tese de investimentos na companhia, principalmente mudanças que consideram negativas na estratégia da estatal e a chance de dividendos menores nos próximos anos sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana, marcada pela divulgação de balanço da petrolífera e anúncio de remuneração robusta a acionistas, o papel acumulava declínio de mais de 5%.

- MINERVA ON avançava 6,55%, a 11,72 reais, após o Ministério da Agricultura confirmar que é atípico o caso isolado de encefalopatia espongiforme bovina, mais conhecido como mal da "vaca louca", detectado no município de Marabá (PA). No setor, JBS ON subia 3% e MARFRIG ON desvalorizava-se 0,15%. A descoberta fez o Brasil suspender as exportações de carne bovina para a China, mas o processo para reverter a decisão já começou.

- MAGAZINE LUIZA ON caía 3,49%, a 3,04 reais, enquanto a rival VIA ON, era negociada em baixa de 2,73%, a 1,78 reais, antes da divulgação dos respectivos balanços na próxima semana - ambas reportam seus números no dia 9, após o fechamento do mercado. Um dos focos de atenções deve ficar nos números sobre as finanças das companhias.

- VALE ON subia 0,96%, a 89,85 reais, endossada pela alta dos contratos futuros de minério de ferro, que atingiram uma máxima de oito meses na bolsa de Dalian, na China. A Vale informou que deu início ao comissionamento do Projeto Gelado, em Carajás (PA), que produzirá "pellet feed" de alta qualidade com reaproveitamento dos rejeitos de minério de ferro depositados em barragem desde 1985.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,83%, a 24,38 reais, tendo como pano de fundo anúncio de que seu conselho de administração aprovou na quinta-feira a contratação de assessores para o início dos trabalhos relacionados à uma oferta de aquisição de até a totalidade das ações do Itaú Corpbanca. No setor, BRADESCO PN tinha variação positiva de 0,31%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 1,23% e SANTANDER BRASIL UNIT mostrava acréscimo de 0,22%.

- OI ON, que não está no Ibovespa, desabava 15,09%, a 1,35 real. Após anunciar na quarta-feira à noite que entrou com novo pedido recuperação judicial, o grupo informou que obteve acordos com parte de seus credores envolvendo dívidas da empresa, em uma proposta que envolve um empréstimo de 275 milhões de dólares para cumprir obrigações de curto prazo. Na véspera, os papéis fecharam em queda de 21,7%.

- JSL ON subia 3,95%, a 6,85 reais, após anunciar nesta sexta-feira a aquisição da IC Transportes, empresa paulista especializada em transporte de granéis e fertilizantes por 587 milhões de reais, segundo fato relevante ao mercado.

- AMERICANAS ON recuava 3,77%, a 1,02 real. A varejista informou que até o momento não há proposta para um aporte de 10 bilhões de reais na companhia, segundo esclarecimento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira. Na véspera, os papéis fecharam em alta de 12,8%, na esteira de reportagem do Valor Econômico citando que "a Americanas agora sinaliza aporte de 10 bilhões de reais" e que "credores devem abrir conversas".