Turquia oferece apoio econômico em região de terremoto

Por Ali Kucukgocmen e Henriette Chacar

ANTÁQUIA, Turquia (Reuters) - A Turquia lançou um esquema temporário de apoio salarial e proibiu demissões em 10 cidades nesta quarta-feira para proteger trabalhadores e empresas do impacto financeiro dos grandes terremotos que atingiram o sul do país neste mês.

Um terremoto de magnitude 7,8 em 6 de fevereiro matou mais de 47.000 pessoas, danificou ou destruiu centenas de milhares de edifícios na Turquia e na Síria e deixou milhões de desabrigados.

Na Turquia, 865.000 pessoas vivem em tendas e 23.500 em contêineres, enquanto 376.000 estão em dormitórios estudantis e pensões públicas fora da zona do terremoto, disse o presidente truco, Tayyip Erdogan na terça-feira.

Sob o novo plano de alívio econômico de Ancara, os empregadores cujos locais de trabalho foram "fortemente ou moderadamente danificados" se beneficiariam de apoio para cobrir parcialmente os salários dos trabalhadores cujas horas foram reduzidas, informou o Diário Oficial do país nesta quarta-feira.

A proibição de demissões também foi introduzida em 10 províncias atingidas pelo terremoto e cobertas por estado de emergência.

Grupos empresariais e economistas disseram que o terremoto pode custar a Ancara até 100 bilhões de dólares para reconstruir moradias e infraestrutura, e reduzir de um a dois pontos percentuais o crescimento econômico este ano.

Erdogan prometeu um rápido esforço de reconstrução, embora especialistas digam que pode ser uma receita para outro desastre se medidas de segurança forem sacrificadas na corrida para a reconstrução.

Seis pessoas morreram no último terremoto que atingiu a região fronteiriça da Turquia e da Síria, disseram autoridades na terça-feira.

Ele foi seguido por 90 tremores secundários, afirmou a Autoridade de Gerenciamento de Emergências e Desastres da Turquia (Afad), acrescentando um novo trauma aos moradores de Antáquia que ficaram desabrigados pelo terremoto anterior.

No poder há duas décadas, Erdogan enfrenta eleições presidenciais e parlamentares em maio, embora o desastre possa levar a um adiamento da votação.

Mesmo antes dos terremotos, as pesquisas de opinião mostravam que ele estava sob pressão de uma crise de custo de vida que pode piorar à medida que o desastre interrompeu a produção agrícola.

As medidas do governo para controlar as informações sobre o terremoto foram recebidas com irritação pela população.

A autoridade de internet da Turquia bloqueou o acesso a um popular fórum online, Eksi Sozluk, na terça-feira, duas semanas depois de bloquear brevemente o acesso ao Twitter, citando a disseminação de desinformação.

(Reportagem adicional de Huseyin Hayatsever em Ancara)