BCE deve elevar juros de novo e enfrenta questões sobre trajetória futura

Publicado em 02/02/2023 07:56

Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deve aumentar novamente as taxas de juros nesta quinta-feira e indicar mais elevações nos próximos meses, sendo que a única questão em aberto é qual será o tamanho desse movimento.

O BCE tem aumentado as taxas a um ritmo recorde para combater um repentino surto de inflação na zona do euro - o subproduto de fatores como as consequências da pandemia de Covid-19 e uma crise energética que se seguiu à invasão russa da Ucrânia.

O banco central para os 20 países que compartilham o euro deve elevar sua taxa de depósito em mais 0,5 ponto percentual nesta quinta-feira, para 2,5%, em linha com o que foi dito em dezembro.

Isso levará a taxa que o BCE paga sobre os depósitos bancários ao nível mais alto desde novembro de 2008, depois de altas constantes de um recorde de -0,5% em julho.

Mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, certamente enfrentará questões sobre aumentos menores a partir do próximo mês, depois que o Federal Reserve diminuiu o ritmo de suas próprias altas na quarta-feira e que alguns dados apontaram para uma perspectiva mais desanimadora para a zona do euro.

O Fed aumentou os juros novamente e disse que mais aumentos são necessários, mas também reconheceu que passou pelo pior em relação à inflação e que uma desinflação está em andamento.

Lagarde rebateu até agora qualquer sugestão de que o BCE esteja cedendo em sua luta contra a inflação e os investidores em geral acreditam que ela irá reafirmar essa linha nesta quinta-feira.

"Acreditamos que o BCE irá reiterar sua mensagem dura em fevereiro, pois ainda existem incertezas quanto às pressões inflacionárias subjacentes e uma mudança de tom prejudicaria a credibilidade do BCE", disse Annalisa Piazza, analista de pesquisa de renda fixa da MFS Investment Management.

Em dezembro, o BCE disse que as taxas seriam elevadas "a um ritmo constante" até que a inflação volte a cair para sua meta de 2%.

Mas essa orientação está agora se mostrando uma fonte de controvérsia dentro do Conselho do BCE, uma vez que a inflação cai drasticamente, embora o crescimento dos preços subjacentes ainda esteja aumentando e se tornando cada vez mais amplo.

Fonte: Reuters

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