Ibovespa avança liderado por Natura&Co e amplia alta no mês com estrangeiros
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, buscando encerrar com um tom positivo o primeiro mês do ano, marcado por forte fluxo de capital externo para as ações brasileiras, enquanto Natura&Co voltava a figurar entre as maiores altas, ainda embalada pelas especulações sobre o futuro de sua participação na Aesop.
Agentes financeiros também avaliam dados melhores sobre a atividade econômica na China e Europa, enquanto aguardam decisões de política monetária no mundo nesta semana, incluindo o desfecho das reuniões dos bancos centrais no Brasil e Estados Unidos, na quarta-feira.
Às 11:21, o Ibovespa subia 0,97%, a 113.362,71 pontos, caminhando para um desempenho positivo no acumulado de janeiro, com ganho de 3,3% até o momento. O volume financeiro no pregão somava 4,45 bilhões de reais.
Dados da B3 mostram a entrada líquida de 9,9 bilhões de reais em 2023 até o dia 26, movimento que tem sido apontado por operadores e analistas como principal suporte para a bolsa paulista neste começo de ano.
Analistas do Itaú BBA, com base em análise técnica, ressaltaram o fato de o Ibovespa não ter perdido a região dos 111.300 pontos, o que abriria caminho para o índice devolver parte das altas, encontrando suportes em 108.700 e 106.700 pontos, segundo relatório a clientes.
"Importante ressaltar que a perda dessa região colocaria o índice em tendência de baixa novamente", afirmaram, acrescentando que, do lado da alta, a expectativa da primeira tendência positiva em 2023 está na mesa. Mas, segundo eles, para isso o Ibovespa precisa superar os 114.900 pontos.
Em Wall Street, os futuros acionários apontavam uma abertura negativa em Nova York nesta sessão, em meio a balanços e previsões decepcionantes de grandes empresas, incluindo Caterpillar, McDonald's e Pfizer, antes da decisão de juros do Federal Reserve.
DESTAQUES
- NATURA&CO ON valorizava-se 8,13%, a 14,76 reais, após afirmar que permanece avaliando a eventual venda de fatia na marca Aesop como uma das alternativas para financiar o "crescimento acelerado" da unidade e agregar mais valor à companhia e aos acionistas. O esclarecimento ocorreu após reportagens publicadas na véspera de que LVMH e L’Oréal, entre outras empresas, estariam interessadas na Aesop, bem como estimando a avaliação da Aesop.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 2,25%, a 25,5 reais, e BRADESCO PN avançava 1,74%, a 14,03 reais, oferecendo um suporte relevante, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT, que divulga balanço do quarto trimestre na quinta-feira, tinha elevação de 2,35%, a 29,14 reais. BANCO DO BRASIL ON registrava acréscimo de 0,07%, a 40,84 reais.
- ASSAÍ ON recuava 4,28%, a 19,89 reais, descolado de outros papéis do setor de supermercados, uma vez que GPA ON valorizava-se 3,3% e CARREFOUR ON mostrava acréscimo de 0,99%.
- VALE ON cedia 0,6%, a 94,41 reais, antes da divulgação de dados de produção e vendas pela mineradora, previstos para após o fechamento do mercado brasileiro. Na China, os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira, com o preço de referência na bolsa de Dalian recuando da máxima do contrato da sessão anterior, à medida que traders avaliam a demanda chinesa e monitoram riscos regulatórios.
- PETROBRAS PN tinha variação positiva de apenas 0,12%, a 25,78 reais, em mais uma sessão de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, enquanto investidores continuam conjecturando sobre a estratégia da petrolífera de controle estatal sob o comando de Jean Paul Prates.