Consumo de energia elétrica do Brasil fecha 2022 com crescimento de 1,5%, diz CCEE

Publicado em 27/01/2023 16:26

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - O consumo nacional de energia elétrica encerrou o ano passado com alta de 1,5% em relação a 2021, repetindo a trajetória de fraca evolução vista nos últimos anos principalmente devido ao lento crescimento da atividade econômica, mostram dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) antecipados à Reuters.

O volume de energia consumida no Brasil alcançou 67.275 megawatts médios em 2022, puxado por um aumento no ambiente de contratação livre (7,2%, a 24.496 MW), que engloba a demanda de grandes empresas. Já no ambiente regulado, houve retração (-1,4%, a 42.769 MW).

O presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, avalia que o desempenho do ano passado representou "uma boa notícia", uma vez que mostra a retomada de setores da economia que foram muito afetados pela pandemia de Covid-19 em 2020.

Ele observa, no entanto, que o ritmo de crescimento do consumo nacional segue inferior à média histórica do setor, e que será necessária "recuperação mais rápida" da atividade econômica para que o indicador retome uma evolução mais forte.

No mercado livre, no qual grandes empresas contratam sua energia, destacaram-se os setores de Serviços (16,2%) e Comércio (10,5%), que tiveram recuperação expressiva após o fim das restrições da pandemia. Outro destaque positivo foi Madeira, Papel e Celulose (12,7%), que ampliou sua produção para suprir a demanda global por matéria-prima após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, segundo a CCEE.

Já a indústria têxtil fechou o ano com consumo 3,8% inferior ao de 2021, afetada por fatores conjunturais como juros altos e inflação acumulada, além de escassez de matéria-prima, disse a entidade.

No segmento regulado, no qual residências e pequenas empresas contratam seu fornecimento das distribuidoras, a queda do consumo esteve ligada a uma conjunção de fatores, como a migração de consumidores para o mercado livre e as temperaturas mais baixas que as de 2021, o que reduz o uso de aparelhos de ar-condicionado.

Também pesou sobre o desempenho do consumo no mercado regulado a expansão da geração distribuída solar, principalmente através da instalação de painéis em telhados e fachadas. A chamada "GD" passou a representar um pedaço importante da carga de energia em 2022, afetando o mercado da distribuidoras.

Para 2023, a expectativa é de que a carga de energia elétrica cresça 2,7%, atingindo o patamar de 71.735 MW médios, considerando um incremento de 0,7% do PIB, segundo as últimas projeções realizadas em conjunto por CCEE, Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

(Por Letícia Fucuchima)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
Macron e Biden dizem que acordo de cessar-fogo no Líbano permitirá retorno da calma
Fed cita volatilidade e dúvidas sobre taxa neutra como motivos para ir devagar com cortes, diz ata
Gabinete de segurança de Israel aprova acordo de cessar-fogo com o Líbano
undefined