Lula promete relação normal e recursos do BNDES a governadores, além de discussão sobre ICMS
BRASÍLIA (Reuters) -Na reunião com governadores na manhã desta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu portas abertas para eles e para os prefeitos, acenou com liberação de recursos via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras e também pediu a volta de uma relação de normalidade, com o fim da judicialização na política.
Lula prometeu, ainda, tratar de uma das principais demandas dos governadores, a recomposição das perdas com a limitação da alíquota do ICMS, aprovada em 2022. A conta dos governadores é que seriam necessários pelo menos 36,6 bilhões de reais para compensar as perdas de 2022 e 2023.
"A questão do ICMS está na cabeça de vocês desde que foi aprovada pelo Congresso Nacional, e é uma coisa que vamos ter que discutir. Podemos acertar, dizer que pode, que não pode, mas não vamos deixar de discutir", disse Lula na abertura da reunião.
O encontro, uma das promessas de campanha do presidente, pretende ouvir dos governadores uma lista de projetos prioritários em cada Estado, para que o governo federal possa trabalhar em conjunto.
Em sua fala, Lula prometeu que o BNDES vai voltar a emprestar dinheiro para Estados e municípios, para financiar obras necessárias, e o que o Banco do Nordeste também voltará a atuar, no caso de governos da região que tenham espaço para contrair novas dívidas.
"Eu pretendo fazer com que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento, e para ser um banco de desenvolvimento tem que ter paciência e competência de que, se for necessário, emprestar dinheiro para que governadores possam concluir obras consideradas inevitáveis para o Estado. É esse o papel do BNDES", defendeu.
Lula prometeu ainda a volta a uma relação de normalidade, e afirmou que vai conversar com todos os governadores e prefeitos, independentemente do partido ou em quem votou na última eleição, e ressaltou que pretende trabalhar para que cada um dos Poderes volte a cumprir seu papel.
Acrescentou que tem falado com seus líderes para que se diminua a judicialização da política, com parlamentares apelando para o Judiciário cada vez que perdem uma questão no Congresso.
"Nós temos culpa de tanta judicialização. A gente perde uma coisa no Congresso Nacional, ao invés de aceitar as regras do jogo democrático de que a maioria vença e a minoria cumpra o que foi aprovado, a gente recorre a uma outra instância para ver se a gente consegue ganhar. É preciso que a gente pare com esse método de fazer política", disse.
(Reportagem de Lisandra ParaguassuEdição de Alexandre Caverni)