Dívida pública federal cresce 6% em 2022 e Tesouro vê estoque de até R$6,8 tri no final deste ano

Publicado em 26/01/2023 15:18

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal subiu 6% em 2022 em relação ao ano anterior, para 5,951 trilhões de reais, abaixo da meta estabelecida para o ano, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, prevendo que ao final de 2023 o estoque poderá chegar a até 6,8 trilhões de reais.

Em valores absolutos, o crescimento no ano passado foi de 337,8 bilhões de reais. Com isso, o estoque ficou fora do intervalo de 6,0 trilhões a 6,4 trilhões de reais estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2022.

Em dezembro sobre novembro, a dívida pública federal aumentou 1,37%. Na mesma base de comparação, a dívida interna subiu 1,48%, somando 5,616 trilhões de reais.

Em 2022, o custo médio do estoque da dívida pública federal subiu para 10,21%, ante 8,91% no encerramento do ano anterior. O custo médio das emissões da dívida interna, por sua vez, atingiu 12,08%, ante 8,49% em dezembro de 2021.

O prazo médio da dívida subiu de 3,84 anos em 2021 para 3,90 anos no fim de 2022. O dado ficou dentro do intervalo de 3,8 anos a 4,2 anos definido no PAF.

A reserva de liquidez da dívida pública ficou relativamente estável, em 1,176 trilhão de reais, ante 1,186 trilhão de reais em 2021.

No fechamento do ano passado, o volume de títulos a vencer em 12 meses ficou dentro do que havia sido estabelecido como meta pelo Tesouro no PAF. O patamar ficou em 22,07%, dentro da meta de 19% a 23%.

A participação dos papéis prefixados também ficou dentro dos limites estabelecidos no PAF pelo Tesouro. Esses títulos viram sua representatividade cair a 27% do total no ano, frente a 28,9% em dezembro de 2021. O patamar ficou dentro da meta de 24% a 28% para o ano.

Os títulos atrelados à Selic, por sua vez, passaram de 36,8% no final de 2021 para 38,3%, dentro da meta de 38% a 42%.

Os papeis indexados à inflação fecharam 2022 em 30,3% da dívida, acima do patamar de 29,3% registrado um ano antes, sendo que a referência para o ano era de 27% a 31%.

Já os títulos remunerados pelo câmbio tiveram participação de 4,5% da dívida total, ante 5,0% em dezembro de 2021, também dentro da faixa de 3% a 7% fixada como meta.

A participação de não residentes na dívida pública interna caiu de 10,56% para 9,36%.

PLANO DE FINANCIAMENTO EM 2023

De acordo com o Tesouro, a estratégia para a dívida pública em 2023 prevê menor participação de títulos prefixados, aumento da participação de dívida remunerada por juros flutuantes e manutenção da dívida que vence em até 12 meses em “percentuais confortáveis”.

Esses parâmetros foram estipulados no PAF de 2023, também divulgado nesta quinta. Pelas projeções do Tesouro, o estoque da dívida pública federal ficará no intervalo de 6,4 trilhões de reais a 6,8 trilhões de reais, depois de encerrar dezembro de 2022 em 5,951 trilhões de reais.

A meta é que parcela da dívida vencendo em 12 meses fique no intervalo de 19% a 23% em 2023, depois de ter fechado o ano passado em 22,1%. Já a meta para prazo médio da dívida passará para a faixa entre 3,8 anos e 4,2 anos, depois de a proporção fechar 2022 em 3,9 anos.

A participação dos papéis prefixados, que fechou o ano passado em 27%, deverá ficar no intervalo entre 23% e 27%. Já os papéis atrelados à Selic ficarão entre 38% e 42%, após encerrar 2022 em 38,3% projeta o Tesouro.

Os papeis vinculados a índices de preços ficarão entre 29% e 33% de participação (30,3% em 2022), enquanto os títulos vinculados a câmbio ficarão entre 3% e 7% (4,4% em 2022).

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
Macron e Biden dizem que acordo de cessar-fogo no Líbano permitirá retorno da calma
Fed cita volatilidade e dúvidas sobre taxa neutra como motivos para ir devagar com cortes, diz ata
Gabinete de segurança de Israel aprova acordo de cessar-fogo com o Líbano
undefined