Dólar passa a subir após declarações sobre salário mínimo e seguindo emergentes
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar virou para alta ante o real no início da tarde desta quarta-feira, em movimento que ocorreu junto com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades sobre o salário mínimo.
Ao mesmo tempo, no exterior, a moeda norte-americana reduziu a queda ante uma cesta de moedas fortes para cerca de 0,20%, enquanto também se fortaleceu contra algumas divisas emergentes, em meio a declarações de membros do Federal Reserve.
O dólar havia caído de modo generalizado mais cedo ao redor do globo após dados econômicos fracos nos Estados Unidos reforçarem expectativa de altas menores de juros pelo Fed e na sequência de decisão de política monetária no Japão.
Às 14:13 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,05%, a 5,1583 reais na venda.
Na B3, às 14:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,10%, a 5,1700 reais.
Lula assinou, nesta quarta-feira, durante encontro com as centrais sindicais, um despacho determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho, disse que o grupo também vai debater sobre o novo valor do mínimo.
Sérgio Vale, economista da MB Associados, disse à Reuters que há "uma sinalização de que o salário mínimo vai subir mais do que estava estipulado este ano".
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos 1.302 reais já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS, uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao mínimo.
"Será mais uma derrota política de Haddad sobre a qual ele não terá muito o que fazer. Esse é o grande risco. Há uma pressão enorme por gastos reprimidos nos últimos anos e isso vai colocar pressão no fiscal durante todo o governo", acrescentou Vale.
(Por André Romani)