Dólar engata nova queda de olho em Haddad e dados de inflação dos EUA
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía frente ao real nesta quinta-feira, ainda refletindo a redução de temores sobre a saúde fiscal do país na esteira de acenos da ala econômica do governo, com investidores aguardando o anúncio de medidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e dados de inflação dos Estados Unidos.
Às 10:05 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,60%, a 5,1502 reais na venda.
Na B3, às 10:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 5,1685 reais.
Segundo Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, a queda do dólar nesta sessão ainda reflete falas da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que na véspera fez acenos à responsabilidade fiscal e indicou um antigo secretário do ex-ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia para ser seu número 2 na pasta.
Em meio aos esforços da ala econômica do governo para ganhar a confiança dos mercados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcou para 14h30, no Palácio do Planalto, o anúncio de suas medidas, que será seguido de coletiva de imprensa. O evento deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os eixos de atuação incluem reavaliação das receitas federais para 2023 e medidas para ampliar a arrecadação e cortar gastos.
No exterior, o foco recai sobre dados de inflação nos EUA, que devem confirmar alívio na alta do núcleo dos preços para 5,7% na base anual, de 6% no mês anterior. Caso os números realmente mostrem um arrefecimento, o dólar tende a se desvalorizar globalmente, uma vez que reforçariam a visão de que o Federal Reserve poderia abrandar seu ciclo de aperto monetário.
Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,40%, a 5,1813 reais na venda, renovando mínima para encerramento desde 23 de dezembro (5,1655).