Primeiras vacinas estrangeiras contra Covid vão da Alemanha para China
Por Thomas Escritt e Alexander Ratz
BERLIM (Reuters) - Berlim enviou seu primeiro lote de vacinas contra Covid-19 da BioNTech à China para serem aplicadas inicialmente a expatriados alemães, disse um porta-voz do governo alemão nesta quarta-feira, a primeira vacina estrangeira contra o coronavírus a ser entregue no país.
Nenhum outro detalhe estava disponível sobre o cronograma e o tamanho da entrega, embora o porta-voz tenha dito que Berlim está pressionando para que estrangeiros que não sejam cidadãos alemães tenham acesso à vacina, se quiserem.
A remessa ocorre depois que a China concordou em permitir que cidadãos alemães na China tomem a vacina após um acordo durante visita do chanceler Olaf Scholz a Pequim no mês passado, com o líder alemão pressionando para que Pequim permita que a dose seja disponibilizada gratuitamente também aos cidadãos chineses.
Existem cerca de 20.000 cidadãos alemães atualmente no país.
"Posso confirmar que um carregamento da vacina BioNTech está a caminho da China", disse o porta-voz a jornalistas em Berlim.
"Estamos trabalhando na possibilidade de que, além dos alemães, também outros estrangeiros possam ser vacinados com a BioNTech."
Em troca, os cidadãos chineses na Europa podem ser vacinados com o imunizante chinês da SinoVac, segundo o porta-voz. A vacina não foi aprovada para uso pelo regulador de medicamentos da Europa, mas a Organização Mundial da Saúde deu luz verde para seu uso.
Até agora, Pequim insistiu em usar apenas vacinas produzidas internamente, que não são baseadas na tecnologia ocidental de mRNA, mas em tecnologias mais tradicionais.
A entrega ocorre em meio à flexibilização por Pequim de seu regime estrito de lockdowns para combater a Covid, o que levou a uma onda de casos que pegou o sistema de saúde despreparado.
Especialistas preveem que o país de 1,4 bilhão de pessoas pode enfrentar mais de um milhão de mortes por Covid no próximo ano.