EUA enxergam opiniões "conflitantes" na Rússia sobre possibilidade de nova ofensiva na Ucrânia
Por Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - Há opiniões conflitantes na Rússia sobre lançar ou não uma nova ofensiva na Ucrânia, disse uma autoridade graduada do Departamento de Estado dos Estados Unidos nesta terça-feira, reiterando que Washington continuará apoiando Kiev independentemente do cenário.
O conflito, que já dura 10 meses, se tornou o maior da Europa desde a Segunda Guerra Mundial e já matou dezenas de milhares de pessoas, além de expulsar milhões de suas casas e reduzir cidades a ruínas.
Mas a invasão russa sofreu muitos percalços desde o verão no Hemisfério Norte, com uma série de perdas para uma contra-ofensiva ucraniana que retomou faixas de território ocupado e forçou Moscou a uma mobilização parcial de mais 300.000 soldados.
"Certamente, há alguns (dentro da Rússia) que eu acho que gostariam de buscar (novas) ofensivas na Ucrânia. Há outros que têm dúvidas reais sobre a capacidade da Rússia de realmente fazer isso", disse o funcionário do Departamento de Estado, falando no condição de anonimato, a jornalistas em Washington.
A Rússia está sofrendo com uma escassez "significativa" de munição, representando um problema sério nas linhas de frente da guerra, disse a autoridade, e as unidades que Moscou convocou para se juntarem às suas forças de combate muitas vezes não eram "coesas".
"Há todo tipo de coisas com as quais os russos estão lidando em termos de ter o equipamento necessário, ter a munição necessária, o que coloca algumas restrições sobre o que eles podem querer fazer", disse esta autoridade.
"Ao mesmo tempo, é uma máquina muito grande."
O principal general da Ucrânia, Valery Zaluzhniy, disse à revista The Economist na semana passada que a Rússia estaria preparando um efetivo de 200.000 soldados para uma grande ofensiva que poderia vir do leste, sul, ou mesmo do território de Belarus, ao norte, já em janeiro, mas mais provavelmente na primavera do Hemisfério Norte.