Samarco prevê produzir até 9 mi t de pelotas em 2023, ante 8,1 em 2022, diz diretor
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Samarco prevê produzir entre 8 milhões e 9 milhões de toneladas de pelotas em 2023, contra 8,1 milhões de toneladas previstas para este ano, afirmou à Reuters nesta segunda-feira o diretor de Operações, Sérgio Mileipe.
O volume projetado para 2022 foi 5,2% superior ao produzido no ano passado, de 7,7 milhões de toneladas.
O desempenho vem após a mineradora - uma joint venture da Vale com o grupo BHP - voltar a operar em dezembro de 2020, depois de cinco anos de paralisação após o colapso de uma de suas barragens de rejeitos, em novembro de 2015.
"A reentrada no mercado não foi difícil. Temos parceiros estratégicos e temos caminhado bem para reforçar parcerias comerciais... A Samarco sempre foi muito próxima de seus clientes", afirmou Mileipe.
A empresa está presente atualmente de forma equilibrada nos principais mercados das Américas, Ásia, Europa e Oriente Médio, segundo o executivo, que não detalhou as participações.
A companhia segue operando com 26% de sua capacidade, de cerca de 30 milhões de toneladas por ano, conforme o previsto. A expectativa é atingir 60% da capacidade em 2025 e 100% em 2028.
Apesar da capacidade limitada, Mileipe explicou que a Samarco conta com "uma série de iniciativas de engenharia" que têm permitido aumentar incrementalmente a produção.
Em 2022, o aumento da produção veio a partir de um maior teor de sólido na popa de minério transportado por duto entre a mina, no Complexo de Germano, em Mariana (MG), e a pelotização, no Complexo de Ubu, em Anchieta (ES), disse o diretor.
Para 2023, a empresa planeja retomar a produção em mineroduto com maior capacidade no segundo trimestre, após a realização de adequações e testes de integridade.
Em termos de mercado, Mileipe afirmou que a expectativa é que os preços das pelotas se mantenham nos atuais patamares e frisou que a empresa está com plano bem estruturado para absorver eventuais mudanças de valores.
Em nota, a empresa reiterou o compromisso com a reparação integral dos danos com o rompimento da barragem em 2015 e disse que se mantém aberta ao diálogo com os órgãos públicos em busca de uma solução para repactuação dos acordos firmados anteriormente, a fim de dar mais celeridade e efetividade às ações.
Até outubro, segundo a companhia, foram destinados mais de 25,79 bilhões de reais para a reparação, incluindo a indenização de mais de 407,7 mil pessoas, por meio da Fundação Renova.
INVESTIMENTOS
Em 2023, a companhia prevê investir 1,6 bilhão de reais, sendo 721 milhões de reais para as obras de descaracterização. A empresa avançou no projeto de descaracterização, com cerca de 90% das obras concluídas da cava do Germano e 50% da barragem do Germano, afirmou.
Neste ano, a Samarco investiu mais de 1,1 bilhão de reais de janeiro a novembro, para sustentação das operações, continuidade das obras de descaracterização, entre outros, informou a empresa em nota.
Até outubro foram gerados mais de 915 milhões de reais em tributos da própria empresa e aqueles gerados na aquisição de bens, materiais e serviços de fornecedores. Até o final de 2022, os impostos devem somar 1,1 bilhão de reais, incluindo a projeção dos dois últimos meses.
A empresa tem hoje cerca de 11.700 empregados diretos (sendo cerca de 1.500 próprios e 10.200 terceiros/contratados), segundo dados de outubro.
(Por Marta Nogueira)