Não estamos em momento em que expansão fiscal ajuda a economia, diz Haddad
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, disse nesta quarta-feira o ex-prefeito de São Paulo e futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentando que se houver espaço para estímulo à economia, não será pelo canal fiscal, mas pelo monetário.
Em entrevista à GloboNews, Haddad disse que governos têm que adotar medidas anticíclicas em situações específicas, como em uma pandemia ou uma guerra, “mas não existe essa relação que as pessoas possam imaginar que quanto mais eu gasto mais cresce o PIB”.
“Tem momentos em que o Estado intervém, mas são momentos muito críticos”, afirmou.
Na entrevista, o futuro ministro disse ainda que “Estado forte não é Estado grande”, não é “Estado que sai torrando”.
Ele argumentou que a PEC em discussão pelo governo eleito para liberar gastos no ano que vem está apenas “um pouquinho” acima de o que poderia ser considerado como uma neutralidade fiscal em relação ao gasto de 2022 na proporção do PIB.
Haddad afirmou que o governo eleito está assumindo compromissos herdados da atual gestão.
"Não estamos em um momento em que a expansão fiscal vai ajudar a economia”, disse.
“Se houver espaço para estímulo, será o monetário. Se a gente souber fazer a transição, tem espaço para uma taxa de juro menor, você tem que dar segurança para a autoridade monetária.”
(Por Bernardo Caram)