China teria adiado importante reunião econômica em meio a sinais de aumento de casos de Covid

Publicado em 13/12/2022 10:30

Por Brenda Goh e Farah Master

XANGAI/HONG KONG (Reuters) - Líderes chineses teriam adiaram uma importante reunião de política econômica, em meio a sinais crescentes de que as infecções por Covid estão aumentando quase uma semana depois que Pequim abandonou algumas das restrições mais rígidas do mundo.

Esperava-se que o presidente Xi Jinping e outros membros do Politburo e figuras importantes do governo participassem da Conferência Central de Trabalho Econômico, a portas fechadas, provavelmente nesta semana, para traçar um curso de política para a economia chinesa em 2023.

Uma reportagem da Bloomberg News na noite de terça-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto, informou que a reunião foi adiada e que não havia cronograma para reagendamento.

O adiamento ocorre quando autoridades continuam derrubando a política sanitária anterior de "Covid-zero" defendida por Xi.

Longas filas estão aparecendo do lado de fora de clínicas médicas em um sinal preocupante de que uma onda de infecções está se formando, embora os registros oficiais de novos casos tenham caído nas últimas semanas, à medida que as autoridades reduzem os testes.

Os sinais surgem no momento em que a China tenta se alinhar rapidamente com um mundo que foi amplamente reaberto, após protestos sem precedentes no mês passado na China, três anos após o início da pandemia.

Os protestos foram a demonstração mais forte de descontentamento público durante a presidência de uma década de Xi e ocorrem em meio a números de crescimento da economia chinesa que foram alguns dos piores em 50 anos.

Apesar do aumento das infecções, vários chineses comemoraram o desligamento nesta terça-feira de um aplicativo exigido pelo Estado usado para rastrear se os usuários viajaram para áreas atingidas pela Covid-19.

Como as autoridades desativaram o aplicativo "código de itinerário" à meia-noite de segunda-feira, as quatro empresas de telecomunicações da China disseram que excluiriam os dados dos usuários associados ao aplicativo.

Apesar de todo o alívio com a decisão da semana passada de começar a afrouxar a política rígida do governo contra a Covid-19, há temores de que a China agora possa pagar um preço.

A previsão é de que as infecções aumentem ainda mais durante o feriado do Ano Novo Chinês no próximo mês, quando as pessoas viajam pelo país para ficar com suas famílias, um risco para uma população de 1,4 bilhão que carece de imunidade e tem taxas de vacinação relativamente baixas entre os idosos, segundo alguns analistas.

(Reportagem de Bernard Orr em Pequim, Brenda Goh e Shen Yiming em Xangai e Farah Master em Hong Kong)

Fonte: Reuters

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