Credibilidade da União Europeia está em jogo em investigação de corrupção, dizem ministros

Publicado em 12/12/2022 09:19

Por Philip Blenkinsop e Lefteris Papadimas

BRUXELAS (Reuters) - A credibilidade da União Europeia está em jogo, alertaram os ministros das Relações Exteriores do bloco nesta segunda-feira, após alegações de que o Catar distribuiu dinheiro e presentes a autoridades do Parlamento Europeu para influenciar a tomada de decisões.

A Grécia congelou nesta segunda-feira os bens de uma das principais suspeitas do caso, Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu e uma das quatro pessoas presas e acusadas na Bélgica no fim de semana, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

O gabinete de Kaili não respondeu a um pedido de comentário. O Catar negou qualquer irregularidade.

Promotores belgas revistaram 16 casas e apreenderam 600.000 euros em Bruxelas na sexta-feira como parte da investigação.

Quatro pessoas foram posteriormente acusadas de "participação em uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção", disseram os promotores em um comunicado no domingo.

Eles não nomearam os suspeitos, mas o Parlamento Europeu disse no fim de semana que suspendeu Kaili de suas funções, enquanto o partido grego PASOK anunciou a expulsão dela.

"Este é um incidente inacreditável que deve ser completamente esclarecido com toda a força da lei", disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, ao chegar para uma reunião regular com seus colegas da União Europeia em Bruxelas.

"Trata-se da credibilidade da Europa."

Promotores belgas disseram que suspeitavam há meses que um Estado do Golfo estava tentando comprar influência em Bruxelas.

Uma fonte com conhecimento do caso afirmou que o Estado era o Catar. Uma autoridade do Catar negou no fim de semana as acusações de possível má conduta.

"Qualquer associação do governo do Catar com as alegações relatadas é infundada e gravemente mal informada", disse a autoridade.

Alguns diplomatas europeus disseram à Reuters no mês passado que a pressão para manter bons laços com o Catar estava aumentando à medida que o continente caminhava para um inverno de escassez de energia por causa da invasão russa da Ucrânia.

(Reportagem de Phil Blenkinsop em Bruxelas e Lefteris Papadimas em Atenas, Reportagem adicional de Sudip Kar-Gupta, Bart Meijer, Charlotte Van Campenhout e Angeliki Koutantou)

Fonte: Reuters

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