Reuters: Líder de Bolsonaro critica TSE, mas diz que Lula será diplomado e tomará posse

Publicado em 05/12/2022 10:15

SÃO PAULO (Reuters) - O líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva será diplomado, tomará posse e governará o país a partir de 1º de janeiro de 2023, em meio à persistência de manifestações de bolsonaristas contrários ao resultado das eleições.

"Vamos ter, para mim está claro isso, diplomação, posse do presidente eleito e vai governar e os partidos vão se posicionar", afirmou o líder do governo, acrescentando que defenderá que seu partido, parte da base de apoio de Bolsonaro e que esteve na coligação da campanha dele à reeleição, adote postura independente no governo Lula.

Barros avaliou, na entrevista à emissora, que Bolsonaro foi prejudicado na campanha eleitoral por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e acusou o Judiciário de se posicionar contra o presidente. Ainda assim, disse que isto é parte do jogo e que Lula tomará posse.

"A democracia está estabelecida, apesar de que o resultado da eleição foi fortemente impactado pelas decisões do Tribunal Superior Eleitoral contra o Bolsonaro e seguidas decisões, e muitas delas ilegais", disse.

"Mas a regra do jogo é essa, e eu não acredito que, por mais que o presidente tenha razão em qualquer contestação que ele faça ao processo eleitoral, a Justiça vá dar a favor dele, porque a Justiça está posicionada contra o Bolsonaro claramente nas suas ações e nas suas declarações."

Desde a vitória eleitoral de Lula, que venceu Bolsonaro com mais de 60 milhões de votos, manifestantes bolsonaristas bloquearam estradas e têm se manifestado em frente a unidades das Forças Armadas pregando o desrespeito ao resultado das urnas e pedindo por uma intervenção militar no Brasil, o que é ilegal.

A diplomação de Lula está marcada para o dia 12 de dezembro e o presidente eleito tomará posse em 1º de janeiro para um inédito terceiro mandato na história democrática do país.

Fonte: Reuters

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