Ibovespa começa dezembro em baixa com PIB abaixo do esperado
O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, após duas altas seguidas, descolado do tom mais positivo nos mercados acionários no exterior, com a pauta do dia incluindo dados do PIB brasileiro, que desacelerou acima do esperado no terceiro trimestre.
Às 12:01, o Ibovespa caía 0,6 %, a 111.812,1 pontos. O volume financeiro somava 7,4 bilhões de reais.
O PIB cresceu 0,4% no terceiro trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE, de 0,7% estimado por economistas, segundo pesquisa da Reuters. Sobre o mesmo período de 2021, a alta foi de 3,6%.
Na bolsa, os números se refletiam principalmente no setor de consumo, com ações de empresas como Magazine Luiza e Grupo Soma entre as maiores quedas do dia.
Investidores também ajustam suas carteiras para dezembro, que começa com incertezas fiscais e em relação à equipe do novo governo ainda no horizonte.
Analistas do Safra afirmaram que permanecem com um otimismo cauteloso para o Ibovespa no último mês do ano.
Eles destacaram que incertezas relacionadas ao equilíbrio fiscal e as indefinições da composição do novo governo elevaram as curvas de juros, aumentando o prêmio de risco do mercado doméstico e levando o Ibovespa a um valuation mais atrativo
"Acreditamos que qualquer sinalização de melhora do lado fiscal poderia gerar um fechamento das curvas, melhorando os múltiplos de negociação da bolsa brasileira", afirmaram em relatório com as recomendações do mês.
No exterior, as bolsas da Ásia fecharam em alta, movimento que era seguido pelos pregões na Europa e pelo S&P 500 nos Estados Unidos, ainda reverberando o sinal do titular do Federal Reserve de redução no ritmo de aperto monetário em dezembro.
A China também deve anunciar nos próximos dias uma flexibilização de seus protocolos de quarentena da Covid-19, disseram fontes à Reuters.
A B3 também divulgou mais cedo nesta quinta-feira a primeira prévia da composição do Ibovespa que irá vigorar a partir de janeiro com a exclusão das ações da Positivo e nenhum papel novo.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN cedia 1,46%, a 26,27 reais, em sessão com noticiário intenso da companhia, incluindo plano de negócios para o período de 2023 a 2027, em que prevê investir 78 bilhões de dólares, alta de 15% em relação ao plano plurianual anterior. A companhia também reduziu o preço do querosene de aviação em cerca de 6% e encerrou, sem acordo, negociação para vender térmica em Canoas.
- BRF ON perdia 5,1%, a 8,94 reais, mais uma vez na ponta de baixa do Ibovespa, renovando uma mínima intradia desde julho de 2006 a 8,71 reais. No setor, JBS ON subia 0,77%, enquanto MARFRIG ON e MINERVA ON recuavam 3,89% e 1,28%, respectivamente.
- IRB BRASIL ON caía 4%, a 0,72 real, renovando mínimas históricas, após proposta da resseguradora de grupamento de suas ações ordinárias na proporção de 30 para 1.
- MAGAZINE LUIZA ON recuava 4,99%, a 3,24 reais, dado o cenário prospectivo ainda difícil para setor, com as rivais VIA ON cedendo 2,75% e AMERICANAS ON perdendo 1,7%.
- VALE ON avançava 0,32%, a 85,98 reais, mesmo com queda dos contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, apesar do abrandamento das rígidas restrições de Covid-19 em algumas cidades da China, maior produtora mundial de aço, após uma recente série de protestos. No setor, USIMINAS PNA caía 2,56%, CSN ON perdia 0,96% e GERDAU PN recuava 1,65%.
- TAESA UNIT avançava 2,49%, a 35,4 reais, em sessão de recuperação, após o tombo em novembro, quando acumulou queda de 11,7%. Apenas na véspera, a ação recuou 4%. No setor, ENGIE BRASIL ON subia 2,43% e EDP BRASIL ON valorizava-se 0,66%.
- EMBRAER ON mostrava elevação de 2,14%, a 13,84 reais, também se recuperando da queda mais forte no começo da semana - apenas na segunda-feira e na terça-feira o papel acumulou um declínio de 5,6%.
- POSITIVO ON subia 2,68%, a 8,8 reais. A primeira prévia da carteira teórica Ibovespa que irá vigorar de janeiro a abril não traz a ação em sua composição.
(Por Paula Arend Laier)