Setor siderúrgico espera crescimento modesto em 2023
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de aço do Brasil esperam uma expansão modesta de produção, vendas e consumo aparente da liga no país em 2023, apoiada ainda em lançamentos habitacionais e obras de infraestrutura de projetos de concessão realizados nos últimos anos.
Segundo dados do Aço Brasil, entidade que reúne os maiores produtores da liga no país, a produção de aço bruto em 2023 deve subir 2% sobre este ano, para 35,3 milhões de toneladas. A projeção para as vendas no mercado interno é de crescimento de 1,9%, para 20,6 milhões de toneladas. Já a expectativa para o consumo aparente é de 23,7 milhões de toneladas, alta de 1,5%.
A entidade costuma revisar suas projeções ao longo do ano. Para 2022, o Aço Brasil ajustou as estimativas divulgadas em julho, com a projeção de produção passando de alta de 2,2% para queda de 4% e a de vendas no mercado interno mudando de alta de 2,5% para queda de 9,5%, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira.
Apesar disso, o presidente-executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que se trata de um bom desempenho em 2022, dada a forte base de comparação com 2021.
Questionado sobre as premissas para as projeções iniciais para 2023, o presidente do conselho do Aço Brasil e também presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, citou que o PIB da construção civil deve avançar entre 1,5% e 2% enquanto bens de capital devem crescer 0,5% e 1% e a indústria automotiva deverá produzir entre 5% e 6% mais veículos que 2022.
"Vemos as privatizações (de infraestrutura) que foram feitas, mais o que foi lançado no habitacional, mais Minha Casa Minha Vida, que deve dar uma acelerada nos próximos anos com o novo governo", disse De Paula sobre as bases para as projeções para o consumo de aço no próximo ano no país.
Após 2023, na avaliação do executivo, o consumo aparente de aço no Brasil deve crescer em média 3,5% a 4% ao ano.
(Por Alberto Alerigi Jr.)