Reuters: Lula convida Reino Unido e outros países para se juntarem ao Fundo Amazônia

Publicado em 29/11/2022 13:48

Por Anthony Boadle e Jake Spring

BRASÍLIA (Reuters) - Assessores do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, estão conversando com Reino Unido, Suíça e França, em busca de doações para o Fundo Amazônia, que visa obter recursos internacionais para proteger a floresta, algo fundamental na luta contra a mudança climática, disse um assessor de Lula.

A embaixada britânica disse que seu governo estuda o convite para ingressar no Fundo Amazônia, que já conta com cerca de 3 bilhões de reais.

O fundo, lançado durante o primeiro governo de Lula, de 2003 a 2010, financiou projetos de conservação e conta com a Noruega e a Alemanha como seus maiores doadores.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) congelou o fundo, citando irregularidades de gastos não especificadas entre projetos apoiados executados por organizações não-governamentais, sem fornecer evidências.

Proteger a Amazônia, que absorve grandes quantidades de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, faz parte do plano amplo de Lula para que o Brasil recupere a liderança na luta contra a mudança climática.

Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula e atual conselheira do presidente eleito sobre mudança climática, disse à Reuters que se reuniu com autoridades norueguesas e alemãs na segunda-feira para discutir o reinício do fundo.

O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, disse em uma cúpula climática da Organização das Nações Unidas no Egito neste mês que espera que o fundo seja reiniciado "logo após 1º de janeiro", quando Lula toma posse.

Teixeira confirmou que Reino Unido, França e Suíça manifestaram interesse no fundo, o que foi noticiado pela primeira vez pela Folha de S.Paulo.

A ex-ministra disse que almoçou com o embaixador britânico no Brasil e com o chefe do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra) para tratar de uma nova cooperação bilateral, inclusive sobre o Fundo Amazônia.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, deve visitar o Brasil no primeiro semestre de 2023 para discutir uma possível cooperação antes que seu país tome uma decisão final sobre ingressar no fundo, disse ela.

A embaixada britânica disse que seus ministros do Clima e Meio Ambiente foram abordados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), na cúpula do clima COP27 no Egito para discutir possíveis doações para o fundo.

As embaixadas suíça e francesa não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

O desmatamento da Amazônia atingiu o maior nível em 15 anos sob o governo Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais e defendeu mais agricultura e mineração na região amazônica.

Lula prometeu eliminar o desmatamento usando todas as ferramentas à sua disposição, prometendo mais dinheiro e funcionários para fazer cumprir as leis ambientais.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024