Países ponderam oferta de fundo da União Europeia perto do fim das negociações da COP27

Publicado em 18/11/2022 12:34

Por Kate Abnett e Sarah McFarlane e Aidan Lewis

SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) - Uma proposta da União Europeia aumentou as esperanças de progresso na cúpula do clima COP27 nesta sexta-feira, seu último dia programado, já que o bloco europeu disse que apoiará um dos itens mais controversos da agenda, o financiamento para países afetados por desastres causados pelo clima.

Mas, com vários outros pontos críticos nas discussões climáticas da ONU deste ano, o país anfitrião, o Egito, disse que um acordo final ainda não é esperado antes do fim de semana.

"Continuo empenhado em encerrar esta conferência amanhã de maneira ordenada, com a adoção de uma série de decisões consensuais que serão abrangentes, ambiciosas e equilibradas", disse o presidente da COP27, Sameh Shoukry, a repórteres.

A conferência de duas semanas no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, é um teste à determinação em combater o aquecimento global em um momento em que tempestades, inundações, secas e incêndios florestais provocados pelo clima competem pela atenção dos governos com uma guerra na Europa e inflação alta.

As negociações foram impulsionadas depois que a União Europeia disse na noite de quinta-feira que apoiará a demanda do grupo G77 de 134 países em desenvolvimento para criar um fundo para ajudar os países a lidar com "perdas e danos", a consequência irreparável causada pelas mudanças climáticas.

Mas não estava claro nesta sexta-feira se todos os países aceitarão a oferta do bloco de um fundo para ajudar apenas "os países mais vulneráveis", em vez de todos os países em desenvolvimento, como haviam solicitado.

A questão de perdas e danos dominou a cúpula deste ano, e as negociações pouco avançaram até quinta-feira, com Estados Unidos e União Europeia resistindo a um novo fundo por temores de que isso pudesse abrir a porta para dívidas crescentes a pagar.

O chefe de política climática da União Europeia, Frans Timmermans, estipulou que o bloco só apoiará o fundo se os países concordarem com outras medidas para retardar as mudanças climáticas, como reduzir gradualmente o uso de todos os combustíveis fósseis junto com a geração ininterrupta de energia movida a carvão, enquanto apresentam relatórios de progresso para garantir que isso está sendo feito.

Os delegados aguardavam ansiosamente notícias de como os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo e os dois maiores poluidores, responderão à oferta do bloco europeu, a terceira maior economia e emissora de gases de efeito estufa.

Na manhã de sexta-feira, a agência climática da ONU publicou um primeiro esboço oficial do acordo final da cúpula. O objetivo é um acordo global que avance no combate às mudanças climáticas em várias frentes, desde mais financiamento até garantias de que os países agirão mais rapidamente para reduzir as emissões que aquecem o planeta.

(Reportagem de Kate Abnett e Aidan Lewis em Sharm el-Sheikh, e Sarah McFarlane em Londres; Reportagem adicional de Valerie Volcovici, Gloria Dickie, Dominic Evans e William James em Sharm el-Sheikh)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024