Serviços crescem mais que o esperado em setembro no Brasil e batem máxima desde 2011
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O volume de serviços no Brasil aumentou pela quinta vez seguida em setembro e acima do esperado, atingindo o melhor nível da série histórica iniciada em 2011 e encerrando o terceiro trimestre em tom positivo, ainda em ritmo de retomada do consumo pós-pandemia.
Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que em setembro o volume de serviços teve expansão de 0,9% em relação a agosto, em resultado que ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,3%.
Nos cinco meses de aumento no volume de serviços, o setor acumulou ganho de 4,9%, ampliando o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia, já que encontra-se 11,8% acima de fevereiro de 2020.
Além disso, o volume de serviços ainda alcançou o nível mais forte da série histórica iniciada em 2011, superando novembro de 2014.
Com isso, o setor fechou o terceiro trimestre com alta de 3,2% na comparação com os três meses anteriores, marcando o nono trimestre seguido no azul.
Na comparação com setembro do ano passado, houve alta de 9,7%, enquanto economistas esperavam avanço de 8,1%.
Mesmo com a inflação elevada, o setor de serviços seguiu apresentando crescimento, em um movimento de mudança entre os consumidores de bens para serviços que acompanhou a retomada da economia depois das paralisações por conta da pandemia, ajudado ainda pela melhora do mercado de trabalho.
O IBGE destacou que em setembro três das cinco atividades pesquisadas tiveram desempenho positivo. Informação e comunicação apresentou alta de 2,0%, terceiro resultado positivo seguido.
Serviços prestados às famílias subiram 1,0% e Serviços profissionais, administrativos e complementares ganharam 0,2%. As taxas negativas vieram de Transportes (-0,1%) e Outros serviços (-0,3%).
O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu em setembro 0,4% frente ao mês anterior, terceiro resultado positivo seguido, acumulando nesse período ganho de 3,2%. Com isso, o segmento de turismo se encontra 0,7% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 6,7% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.