Comissão Europeia propõe caminhos mais longos e negociados de redução da dívida para países do bloco

Publicado em 09/11/2022 11:39

Por Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira mudar as regras fiscais da União Europeia para que os governos negociem caminhos de redução da dívida ligados a reformas e investimentos, mas alguns membros, incluindo a Alemanha, permanecem céticos.

A mudança, que se afastaria da atual obrigação universal de cortes anuais da dívida da vigésima parte da quantia em excesso acima de 60% do PIB, visa fazer com que os governos "assumam" seus planos de dívida, em vez de vê-los como impostos externamente por Bruxelas.

Mas algumas capitais do bloco, principalmente Berlim, temem que caminhos de redução da dívida mais longos e negociados individualmente encorajem os governos a adiar decisões difíceis para perto do final do prazo ou até mesmo após o término de seus mandatos.

Ainda assim, as mudanças são necessárias porque um aumento na dívida pública nos países da União Europeia, resultante de medidas para apoiar famílias e empresas devido à Covid-19, deixou os requisitos de redução da dívida existentes parecendo irrealisticamente ambiciosos.

"Estamos buscando um sistema mais simples de regras fiscais, com maior propriedade do país e mais latitude para redução da dívida -- mas combinado com uma fiscalização mais forte", disse o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, em entrevista coletiva.

Outra mudança importante proposta pela Comissão é o foco no gasto primário líquido, o gasto do governo que exclui juros da dívida, que é diretamente observável ao longo do ano e sob controle do governo.

Isso resolverá a antiga reclamação de muitos governos de que as regras atuais se concentram no déficit estrutural de um país, um indicador complexo e calculado que não é diretamente observável e propenso a fortes revisões.

As ideias da Comissão serão agora debatidas com os governos do bloco europeu e, mais tarde, com o Parlamento Europeu, com o objetivo de alterar a legislação antes do final do próximo ano.

(Reportagem de Jan Strupczewski)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024